Em ato, juristas lançam campanha #MoroMente e se mobilizam por Lula

Iniciativa foi realizada pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia em São Paulo com a presença de diversas lideranças petistas como Haddad e Gleisi

Ricardo Stuckert

Lançamento da campanha Moro Mente, da ABJD, na USP

Há um paradoxo em andamento no história no Brasil desde que o golpe de 2016 entrou em curso. Se de um lado a agenda autoritária colocada em prática por Jair Bolsonaro desfere golpes sem misericórdia no pouco que ainda resta de direitos ao povo brasileiro, de outro, não há mais dúvidas de que uma onda crescente de mobilização parece ser o único caminho possível para evitar tragédias ainda maiores no futuro. 

Neste contexto, há dois personagens que definem muito bem a polarização providencialmente iniciada pelos que hoje estão no comando da nação: Sérgio Moro e Luiz Inácio Lula da Silva. Ambos, por sinal, estão no centro da luta iniciada por alguns dos mais renomados juristas do país que na noite desta segunda-feira (19) lotaram o Salão Nobre da Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP) para lançar a campanha #MoroMente e pedir a libertação imediata do ex-presidente Lula.

A iniciativa, capitaneada pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), pretende levar para todos os estados da federação as provas das ilegalidades cometidas por Sérgio Moro na Lava Jato. Para isso, realizará uma série de ações com o intuito de mostrar ao povo brasileiro a farsa criada para tirar Lula da disputa eleitoral e levar ao poder o representante da extrema-direita eleito a base de fake news.

Fernando Haddad e Gleisi Hoffmann

A presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, fez recorte preciso sobre o caráter urgente da campanha: “Sérgio Moro é criminoso não só pelos crimes cometidos no processo. Ele é criminoso por deixar o povo brasileiro perecer, por entregar a nossa soberania. Essa é uma campanha didática, pedagógica e necessária. Isso vai ser importante para a sociedade brasileira. Porque democracia sem direitos não existe”.

Quero terminar com uma frase que Lula tem repetido exaustivamente: a verdade fica doente mas não morre”, reiterou Gleisi.

Escolhido para encerrar o ato, o ex-prefeito de São Paulo e ministro da Educação do governo Lula, Fernando Haddad, repetiu a postura firme e o discurso que tem cativado as multidões por onde passa. “Moro cometeu todas as ilegalidades possíveis para retirar Lula da disputa eleitoral que ganharia com folga como todos nós sabemos (…) Bolsonaro não teria nenhuma chance contra Lula. Uma pessoa com 50 anos de história como ele jamais seria batido por fake news no WhatsApp”, recordou.

Temos que libertar para que ele cumpra o seu dever e declare esse processo como uma farsa para que Lula esteja entre nós”, apontou Haddad, sob aplausos efusivos da multidão.

Carta de Lula e manifesto dos juristas

Além das falas de representantes de movimentos sociais, lideranças políticas de partidos progressistas e magistrados das mais variadas vertentes, o lançamento da campanha #MoroMente também serviu para a divulgação do manifesto assiado pela ABJD – a associação reúne advogados, juízes, desembargadores, membros do Ministério Público e operadores do judiciário.

“Os processos contra o ex-presidente Luiz Inácio  Lula da Silva, como exemplo, foram os mais violentos e midiáticos, sendo em tudo excepcionais: nos prazos, na prisão antecipada, no uso de provas e testemunhas, e nas negativas aos direitos políticos e civis, desrespeitando até mesmo decisão obrigatória das Nações Unidas”, diz trecho do documento.

Em carta, lida logo no início do ato, Lula elogiou a iniciativa. “Tenho acompanhado o trabalho dos juristas pela democracia desde o começo e considero fundamental que advogados, professores e todos os operadores de direito espalhados pelo Brasil expliquem para o nosso povo o que é um justo processo e como é importante defender a presunção de inocência”, corroborou.

O ex-presidente também disse ter ficado “muito orgulhoso de saber dessa campanha e da imensa quantidade de gente que defende a democracia, denunciando a grande farsa jurídica que já é famosa no mundo inteiro”.

Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias

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