Em Fortaleza, Larissa Gaspar (PT) propõe saídas contra a fome na cidade com a cesta básica mais cara do Nordeste

Comida a R$1, cozinhas comunitárias e Renda Básica Municipal são estratégias da petista para a capital cearense.

Foto: Evelyne Freitas

Em um ano de pandemia, o valor da cesta básica em Fortaleza (CE) subiu 8,87% e fechou abril de 2021 como a mais cara entre as capitais do Nordeste, de acordo com o DIEESE. A soma de crise econômica com a alta no desemprego e a inflação, fez aumentar o número de pessoas passando fome na capital cearense. Vem da vereadora Larissa Gaspar (PT) propostas – algumas já aprovadas – para combater à fome na cidade que já era uma das mais desiguais do país antes mesmo da pandemia.

Em março, a Câmara Municipal aprovou projeto de Indicação 03/2021 da parlamentar que cria restaurantes populares em cada uma das 12 Regionais, como são chamadas as áreas administrativas nas quais a Prefeitura divide a cidade de 2,6 milhões de habitantes. No mês seguinte, foi a vez de Larissa ver aprovado seu projeto de Indicação 25/2021, que cria as cozinhas comunitárias em conjuntos habitacionais. As duas iniciativas aguardam sanção do prefeito José Sarto (PDT) e são fundamentais para a segurança alimentar do fortalezense.

A dor da fome

Quando sancionadas e vivarem realidade, essas propostas farão diferença na vida de pessoas como a cuidadora de idosos Vanusa da Silva, 50 anos, que mora com a filha e dois netos no bairro Álvaro Weyne. Em entrevista ao jornal Diário do Nordeste publicada em 6 de abril deste ano, ela confessou ter desejado a própria morte diante da falta de comida para a família.

“Eu apertava a barriga pra amenizar a dor, parece que você tá morrendo. Passei dia e noite bebendo água porque não tinha o que comer. Nunca pensei que passaria por isso, já desejei minha própria morte. Só quem sente a fome de perto é que sabe.”

Economia solidária e moeda social

Além dessas iniciativas, a parlamentar tem se empenhado na defesa da criação de uma Renda Básica Municipal dentro de um Programa de Economia Solidária, Desenvolvimento Social, Econômico e Combate à Pobreza proposto por meio da Indicação 312/2020. A proposta é inspirada em iniciativas exitosas pelo Brasil, como as moedas sociais Palmas (Fortaleza) e Mumbuca (Maricá/RJ). A proposta tem apoio do senador paulista Eduardo Suplicy (PT), que já participou de debates com Larissa Gaspar ao lado da Rede Brasileira de Bancos Comunitários.

Problema antigo agora agravado

Em todo o Ceará, cerca de 2 milhões de pessoas já passavam fome entre os anos de 2017 e 2018, de acordo com o IBGE. A crise sanitária acentuou o problema e exige ainda mais esforço dos governos municipais, estaduais e federal. Enquanto o prefeito Sarto (PDT) não sanciona os projetos aprovados de Larissa Gaspar, o fortalezense convive com mesas vazias e mãos estendidas nos cruzamentos das cidades.

 

Jack de Carvalho, Assessoria de Imprensa.

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