Em Natal, Mineiro é único candidato contra privatização da Petrobras

Candidato petista a prefeito de Natal foi à sede da estatal, na Zona Oeste da cidade, protestar contra desmanche da maior empresa pública brasileira

Foto: Vlademir Alexandre

O candidato do PT a prefeito de Natal, Fernando Mineiro, foi à sede local da Petrobras, nesta quinta-feira (23), manifestar-se contra as medidas do governo interino de Michel Temer (PMDB) que abrem caminho para a privatização. Ao lado da candidata a vice, Carla Tatiane (PCdoB), e dos vereadores George Câmara (PCdoB), que é petroleiro, e Hugo Manso (PT), ele conversou com funcionários e relembrou os graves impactos que o desmanche da estatal e de seus ativos terão sobre todo o estado do Rio Grande do Norte.

Embora o governo municipal não tenha como agir diretamente sobre a gestão da empresa, o custo social da retração de atividades da estatal na cidade e no estado cobraria solução dos governos locais.

“A Petrobras cumpre e cumpriu um papel decisivo para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte, que é o maior produtor de petróleo em terra do brasil. Não fosse a empresa, o nosso desenvolvimento econômico, tecnológico, científico e social teria sido muito mais difícil. É impossível pensar em chegar onde chegamos sem a presença da Petrobras”, disse Mineiro à Agência PT.

“Então a situação preocupa, pelo impacto social que haverá em várias regiões do estado. No processo eleitoral, todos que estão na esfera da política deveriam ter um posicionamento mais forte sobre esse assunto. Este é um momento para discutir assuntos dessa importância, mas infelizmente, apenas a nossa campanha trata do tema”, completou.

O plano de desinvestimento da nova diretoria da Petrobras prevê a venda de 98 concessões de petróleo no Nordeste, 34 das quais localizadas no Rio Grande do Norte, que detém reservas somadas de até 30 milhões de barris. O principal campo a ser vendido à iniciativa privada é o campo terrestre de Macau.

Além disso, a Petrobras no Rio Grande do Norte abriu plano de demissão voluntária com o objetivo de fechar 400 postos de trabalho, o que equivale a quase 30% do total de trabalhadores da estatal no estado.

“O novo presidente da Petrobras é um dos integrantes da direção da empresa da década de 90, que tratou do processo de privatização da época. E, novamente, já começaram a privatizar por dentro. Não significa que ela vá sumir, mas é um processo de fragilização e apequenamento da empresa, para que ela não posso cumprir um papel estratégico”, afirmou Fátima Maria Oliveira Viana, técnica química de petróleo que acompanhou o ato.

“Além disso, quem não tem idade para se aposentar e rejeita o plano de demissão voluntária, para onde vai? O que esses trabalhadores vão fazer? São trabalhadores técnicos, especializados, que dia a dia se dedicam a construir o patrimônio do Brasil”.

Francisco Evaristo da Costa Filho, técnico de operações, relata o sentimento entre os trabalhadores em relação ao desmonte da Petrobras. “Isso deixa não só os petroleiros, mas todos os brasileiros empobrecidos e tristes”, lamenta.

“Espero que esse processo seja combatido a tempo pela nossa sociedade, especialmente pela juventude que vem sendo qualificada por meio das universidades e dos Institutos Federais. Eles estão perdendo oportunidades.  É uma pena que muitos pareçam não perceber, mas é porque eles não passaram pelas dificuldades dos anos 90, que não possam fazer a comparação com os governos do PT. Mas eles vão perceber a diferença, tenho certeza”.

Por Diego Sartorato, de Natal, para a Agência PT de Notícias

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