Empresas anunciam US$ 2,8 bi para explorar lixo brasileiro

Brasil poderá se transformar em exportador de tecnologia de processamento de resíduos sólidos

A reciclagem de resíduos sólidos tem recebido atenção crescente de empresas, segundo estudo da Associação Internacional dos Resíduos Sólidos (ISWA, na sigla em inglês), divulgado pelo jornal Valor Econômico. Segundo a pesquisa, o Brasil também integra a lista de países que contam com negócios no setor, com investimento de US$ 2,8 bilhões para o tratamento do lixo por meio de companhias.

A oportunidade de negócios na área já conta com investimento de ao menos US$ 100 bilhões no mundo, de acordo com a pesquisa. O levantamento aponta ainda que a União Europeia é a região com mais investimento anunciado no ano, US$ 32,8 bilhões. Os Estados Unidos ocupam o segundo lugar no ranking, com US$ 19,1 bilhões, seguido por China, com US$ 8,4 bilhões. As empresas com maiores projetos na área são: China Everbright, Hitachi Zosen, Mitsubishi Heavy Industries, Takuma e Covanta.

Para o presidente da ISWA, David Newman, o Brasil conta com oportunidades promissoras para empresas de médio e grande portes. “O Brasil pode se desenvolver na área e se tornar até mesmo um exportador de tecnologias para outros países”, disse. Newman apresentou dados do estudo da associação no Congresso Mundial de Resíduos Sólidos, ocorrido em São Paulo, dos dias 5 a 10 deste mês. O encontro contou com a presença de representantes de 68 países que trocaram experiências bem sucedidas no setor.

A tendência mundial de investimentos na área é confirmada pelo especialista. Segundo ele, há um “acelerado movimento de consolidação da indústria de resíduos sólidos” no mundo, em consequência da necessidade de escala para os projetos. Atualmente, são descartadas 4 bilhões de toneladas de lixo em todo o mundo anualmente e apenas 20% do total dos resíduos vai para a reciclagem.

Especificamente no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a geração de resíduos sólidos urbanos cresceu 4,1% de 2012 para 2013. Ou seja, alcançamos a marca de 209,2 mil toneladas/dia. Segundo Newman, são investidos de € 30 a € 50 por pessoa, ao ano, no tratamento de lixo no país – cinco vezes menos do que os € 200 dos países desenvolvidos. Por isso, defende que a saída para o Brasil evoluir no setor são os investimentos privados.

“Precisamos de mais empresas privadas e menos públicas. Os recursos privados são muito importantes para que o país tenha a gestão dos resíduos sólidos sob controle. A produção de lixo está crescendo rapidamente com a melhora da riqueza da população e o aumento do consumo”, afirmou o especialista.

 

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Valor Econômico e PT na Câmara.

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