Fundação Perseu Abramo: o 8 de março e a luta das brasileiras em 2020

Governo Bolsonaro impõe um retrocesso atrás do outro para as mulheres. Se há dez anos as mulheres marchavam por direitos iguais, hoje marcham por suas vidas

Gabriel Paiva

O Dia Internacional da Mulher não é uma data de comemoração, é uma data de reflexão, de protesto e de luta. E especialmente neste domingo, 8 de março de 2020, as brasileiras têm muitos motivos para ir às ruas.

Ao contrário do que se viu nos governos petistas, o Governo Bolsonaro impõe um retrocesso atrás do outro para as mulheres. Se há dez anos as mulheres marchavam por direitos iguais, hoje marcham por suas vidas. Este ano o mote da marcha unificada será: “Mulheres contra Bolsonaro, por nossas vidas, democracia e direitos”. Os atos também serão marcados pelas homenagens a Marielle Franco (PSOL), assassinada em março de 2018.

Em 2003, início do governo Lula e de uma série de avanços para as mulheres, as manifestações eram por “Liberdade para as mulheres e para os povos! Não à guerra imperialista e à Alca. Não ao machismo e racismo”, como registra a fotografia de César Ogata, preservada pelo Centro Sérgio Buarque de Holanda. Neste ano, as brasileiras passaram a ser tratadas como prioridade. Os movimentos de mulheres, espalhados por todo o país, encontraram no governo federal um aliado. A luta feminista — pelos direitos das mulheres e pela equidade de gênero — foi compreendida como questão de Estado.

Em 1985, ano da redemocratização, as mulheres lutavam por igualdade de gênero. O Centro Sérgio Buarque de Holanda também guarda registros históricos, da fotógrafa Vera Jursys, deste 8 de março em São Paulo. Em uma das imagens pode se ver um cartaz com as profissões geralmente ocupadas por homens e a pergunta: “até quando?”.

Nem esta pergunta e nem tantas outras foram respondidas ou tiveram soluções. Deixemos para celebrar o dia em que nenhuma mulher for assassinada apenas por ser mulher, que as mulheres conquistem os mesmos direitos e empregos dos homens e quando forem realmente livres.

Por Fundação Perseu Abramo

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