Contra ação criminosa de Bolsonaro, Gleisi quer tornar obrigatória vacina contra a Covid-19

Deputada apresenta projeto na Câmara Federal para incluir remédio no calendário de vacinação nacional do Ministério da Saúde, assim que for aprovada pela Anvisa. “A população precisa ser vacina para que consigamos adquirir imunidade”, explica

Apesar dos recuos do governo Bolsonaro, o Congresso deve assegurar que a vacina contra o novo coronavírus, ainda em fase de testes no Brasil, seja tornada obrigatória, assim que for aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) apresentou um projeto de lei para que a vacina contra a Covid-19 seja obrigatória e faça parte do calendário de vacinações do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde. De acordo com o Projeto de Lei 4992/2020, a prioridade será os grupos de risco.

“Já que o governo federal não exerce o seu papel com responsabilidade em benefício da saúde da população, apresento esse projeto para que os brasileiros sejam vacinados. Precisamos garantir que todos consigam a imunidade necessária para o enfrentamento da pandemia e evitar mais mortes e contágios pelo vírus”, justificou a parlamentar. O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira que o governo federal não vai adquirir a vacina chinesa, em fase de testes pelo Instituto Butantan. No início da semana, ele já tinha declarado que não haverá obrigatoriedade na vacinação. 

O Brasil superou a marca de mais de 5,2 milhões de infectados pela Covid-19, atrás somente dos Estados Unidos e Índia. O número representa 13% do total de casos da doença no planeta. Já morreram no país mais de 154 mil pessoas pela omissão criminosa do governo, que se recusou a fazer testes em larga escala e contingenciou recursos para o SUS, estados e municípios brasileiros. O país ocupa o segundo lugar em número de mortes no ranking global, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), atrás apenas dos Estados Unidos, que já superou a marca de 221 mil mortos.

Gleisi: “Não há dúvida de que se trata da maior crise sanitária já enfrentada no país, agravada ainda mais pela postura negacionista (da pandemia e da ciência) de Bolsonaro“

“Não há dúvida de que se trata da maior crise sanitária já enfrentada no país, agravada ainda mais pela postura negacionista (da pandemia e da ciência) de Bolsonaro, que desde o início da pandemia tem atuado de forma contrária a todas as medidas de enfrentamento da Covid-19 preconizadas por autoridades sanitárias mundiais. Isso explica, em grande parte, o dramático quadro da pandemia no Brasil”, criticou a deputada.

O mundo inteiro corre contra o tempo para o desenvolvimento de uma vacina eficaz e segura contra o coronavírus. Mais de 200 medicamentos contra o vírus estão sendo desenvolvidos por cientistas em um processo que ocorre em velocidade sem precedentes. As previsões otimistas são de que, até o final de 2020, já sejam disponibilizadas vacinas para a população de alguns países, dentre os quais o Brasil. Pesquisadores alertam, no entanto, que a questão da imunidade de longo prazo ainda levará algum tempo para ser respondida.

“A despeito de todo esforço mundial em torno da vacina contra o coronavírus, Bolsonaro está dando continuidade às suas investidas contra a saúde da população”, adverte a parlamentar. “No início de setembro, Bolsonaro disse que ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina e a Secretaria de Comunicação replicou a mensagem, colocando em risco a adesão da população a uma futura vacina contra a Covid-19”, alertou.

A Sociedade Brasileira de Imunizações alerta que a vacinação está entre os instrumentos de maior impacto positivo em saúde pública, em todo o mundo. De acordo com a entidade, ao longo da história, as políticas de vacina contribuíram de forma inquestionável para reduzir a mortalidade e aumentar a qualidade e a expectativa de vida da população mundial. “É dever das autoridades públicas, assim como dos profissionais de saúde, conscientizar a população sobre a importância da vacinação”, destaca Gleisi.

Da Redação, com agências.

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