Gleisi: “Só Lula pode coordenar um movimento para tirar o Brasil da crise”

Ao falar da articulação de uma chapa Lula-Alckmin, a presidenta do PT ressaltou que “todos os setores que estão contra a ofensiva de Bolsonaro e da extrema-direita têm de estar unidos” 

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Gleisi fala ao Jornal PT Brasil: “A centralidade do nosso programa é a vida do povo, disso a gente não abre mão” 

O Brasil vive um momento histórico único, no qual é fundamental a união de todas as forças comprometidas com a democracia e com as conquistas sociais obtidas após a ditadura. Por isso, a proximidade de uma aliança de PT e PSB, em torno de uma chapa que reúna Lula e Geraldo Alckmin, deve ser celebrada, defendeu, nesta segunda-feira (11), a presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann.

Segundo Gleisi, a indicação oficial de Alckmin para ser vice de Lula, feita pelo PSB na sexta-feira (8), é resultado do enfrentamento que os partidos de oposição têm feito ao governo de Jair Bolsonaro. “(A indicação) Significa o encaminhamento de uma aliança importante com o PSB, que é um partido com quem a gente tem caminhado nesses últimos anos contra o governo Bolsonaro, um governo que tira direitos da população, que destrói o país. PT, PSB, PCdoB, Psol, Rede e PV têm se unido para fazer esse enfrentamento, no Legislativo e também nas ruas, nos movimentos sociais. É uma caminhada grande que resultou agora numa aliança”, disse Gleisi, em entrevista ao Jornal PT Brasil (assista abaixo).

Segundo Gleisi, antes da confirmação final dessa aliança, a indicação do nome de Alckmin será debatida na próxima quarta-feira em uma reunião do Diretório Nacional do PT e será também encaminhada aos demais partidos que devem se unir ao PT nestas eleições. “Eu acho que isso mostra a articulação e a necessidade de a gente ter uma frente ampla de combate ao Bolsonaro, de combate aos ataques à democracia”, ressaltou Gleisi, que também é deputada federal pelo Paraná. 

Sobre o fato de Alckmin, quando era integrante do PSDB, ter sido adversário de Lula e do PT, Gleisi avalia que ele só reforça o caráter democrático dessa aliança. “Muita gente me pergunta: ‘Mas o Alckmin foi adversário do PT por tantos anos e agora está junto?’ Foi adversário, disputamos eleições com o PSDB, o presidente Lula disputou eleição com Geraldo Alckmin, tivemos contenda, temos diferenças, mas sempre fizemos as nossas disputas no marco da democracia, respeitando aquilo que construímos pós-derrubada da ditadura, com a Constituição de 1988… Enfim, sempre foi o ambiente democrático a base dessas disputas”, observou. 

“O que temos hoje é algo totalmente diferente”, prosseguiu Gleisi. “Temos um ataque sistemático à democracia, às instituições, às conquistas que nós tivemos na Constituição de 1988, e é importante resolver isso na política. Todos os setores que estão contra essa barbárie, contra essa ofensiva de Bolsonaro e da extrema-direita, desse fascismo, têm de estar unidos”, completou.

A liderança de Lula

Para Gleisi, Lula é a única liderança política capaz de coordenar esse movimento de reconstrução nacional. “Temos de buscar um amplo movimento em torno do ex-presidente Lula, que já governou este país, já mostrou que tem saídas paras as crises, saiu da Presidência com 87% de ótimo e bom na sua aprovação. É o único que tem condições hoje de comandar, de coordenar um movimento para tirar o Brasil da crise”, analisou.

A presidenta do PT ressaltou ainda que as alianças que o PT tem buscado não ameaçam o que é mais importante para o partido: melhorar a vida do povo brasileiro. “Para nós, a centralidade do nosso programa é a vida do povo, disso a gente não abre mão. (…) Nossa pauta é a economia popular, como tirar o país da crise. Como as pessoas voltam a ter renda, a ter emprego, a ir no supermercado e conseguir comprar a comida de que precisam. É sobre isso que nós temos que falar.” 

Interromper a destruição e os ataques à democracia promovidos por Bolsonaro e, depois, tirar o Brasil de sua grave crise econômica e social é uma tarefa tão fundamental que exige a união do maior conjunto de forças possível, frisou Gleisi. “Essa frente pela democracia é importante para que a gente possa vencer o estado de coisas no Brasil. Se nós não tivermos democracia, nós não vamos conseguir construir um país melhor para o povo brasileiro”, afirmou.

Lula em Brasília

Gleisi também explicou que a ida de Lula a Brasília esta semana, a partir desta terça-feira (12), faz parte dessa luta para interromper a destruição causada pelo atual governo. Na capital, Lula vai visitar o Acampamento Terra Livre, que lideranças indígenas ergueram no último dia 4. 

“Lula vem justamente para conversar e apoiar a luta da população indígena, vem reafirmar seu compromisso. O presidente Lula sempre teve muito compromisso com a questão da demarcação das terras, com os direitos, com a questão da saúde, da educação, sempre teve uma relação muito aberta com a população indígena e nós precisamos retomar isso no Brasil”, antecipou Gleisi.

De acordo com ela, os indígenas têm sido uma das maiores vítimas de Bolsonaro. “A ofensiva do governo Bolsonaro contra as populações indígenas, contra o meio ambiente no Brasil, é uma coisa pavorosa”, observou, citando como exemplos o PL 191, que libera mineração em terras indígenas, e o apoio do governo ao marco temporal, que não quer reconhecer demarcação de terras indígenas antes do advento da Constituição de 1988.

“Suspenderam as demarcações e está aí uma livre ação de quem quer ocupar as terras, inclusive incentivada pelo presidente da República, e isso está gerando uma situação dramática para a população indígena. Aumentou a mortalidade, hoje não tem mais assistência à saúde nos distritos sanitários indígenas, não tem uma política estruturada, a Funai não faz a proteção. Não pode estar acontecendo o que está. Não precisa esse tipo de ação da morte do governo Bolsonaro para o país se desenvolver. O desenvolvimento pode levar todos juntos, com a proteção e os direitos, e é isso que nós queremos”, disse Gleisi.

Da Redação

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