Há 28 anos, MST e CPT ganhavam Prêmio Nobel Alternativo na Suécia

Gratificação foi concedida em 1991 como reconhecimento pelos trabalhos realizados com famílias sem-terra no Brasil

Divulgação MST

MST é um dos maiores movimentos populares da América Latina

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) receberam há exatos 28 anos, no dia 9 de dezembro de 1991, o Prêmio Right Livelihood, conhecido como “Prêmio Nobel Alternativo”. As organizações foram reconhecidas pelo trabalho realizado com famílias sem-terra e também pelas práticas agrícolas sustentáveis, em um país cuja estrutura fundiária é uma das mais desiguais do mundo.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em outubro, quase metade da área rural brasileira é ocupada por 1% das propriedades agrícolas.

Este foi o primeiro de vários reconhecimentos internacionais recebidos pelo MST. Além do Nobel Alternativo, o movimento recebeu prêmios com o Itaú-UNICEF de educação e participação, em 1995; o Prêmio Memorial de la Paz y la Solidaridad entre los Pueblos, concedido pela Fundación Servicio Paz y Justicia da Argentina, também em 1995; o Prêmio Rei Balduíno, concedido pelo Rei da Bélgica em 1996; o Prêmio Internacional à Inovação Tecnológica, da Associação dos Engenheiros Industriais da Catalunha, em 2000; e o prêmio em Guernica, na Espanha, pela luta em defesa da reforma agrária, em 2013.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) foi criada em junho de 1975, em encontro promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em plena ditadura militar, como resposta à violência e à superexploração de trabalhadores rurais e posseiros, principalmente na região amazônica. Hoje, a entidade tem caráter ecumênico e atua em todas as regiões do país, incorporando na sua luta os direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais.

Prêmio Right Livelihood

 

Também conhecida como Prêmio da Sustentabilidade, a gratificação foi criada em 1980 pelo sueco Jakob von Uexkull. A premiação acontece no Parlamento sueco, geralmente no dia 9 de dezembro, e homenageia pessoas e instituições que buscam soluções para os problemas mais urgentes e necessários do mundo. Não há qualquer relação com o “primo” mais conhecido, o Prêmio Nobel. O apelido sugestivo é uma maneira de criticar os valores que regem esta premiação.

Na semana, o Prêmio Right Livelihood homenageou o líder yanomami Davi Kopenawa, por sua determinação na defesa da biodiversidade e dos povos da Amazônia.

Por Brasil de Fato

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