Haddad e Gleisi cobram agilidade na reparação às vítimas de Brumadinho
Na primeira de uma série de visitas em Minas Gerais, ex-prefeito e candidato à Presidência em 2018 e presidenta do PT encontraram-se com integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e sobreviventes da tragédia ocorrida em 2019. “São 200 mil pessoas que podem ter sido atingidas direta ou indiretamente por esse crime ambiental e humanitário que continua sendo cometido hoje, com famílias se dissolvendo, pessoas morando em áreas de risco. Tudo isso é muito grave”, disse Haddad
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O ex-prefeito e candidato à Presidência em 2018, Fernando Haddad, e a presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, iniciaram nesta quarta-feira (24) uma série de agendas em Minas Gerais. A primeira delas foi na região do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande BH, local do rompimento da barragem da Vale, que causou a morte de 270 pessoas em 2019 e espalhou um rastro de lama pela bacia do rio Paraopeba. Além de visitar o local do rompimento, os dois conversaram com representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e sobreviventes do crime.
“São 200 mil pessoas que podem ter sido atingidas direta ou indiretamente por esse crime ambiental e humanitário que continua sendo cometido hoje, com famílias se dissolvendo, pessoas morando em áreas de risco. Tudo isso é muito grave”, disse Haddad, em solidariedade aos moradores do Córrego do Feijão.
Além do ex-ministro Fernando Haddad e da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman; também estiveram presentes na visita os membros do diretório nacional Jilmar Tatto e Gleide Andrade; o deputado estadual Cristiano Silveira, presidente do PT-MG; a deputada estadual Leninha; e representantes do Movimentos dos Atingidos por Barragens (MAB). Respeitando os protocolos de segurança contra a Covid-19, a reunião aconteceu em local aberto e arejado, com distanciamento e uso de máscaras e álcool em gel.
Atingidos ainda aguardam reparação
A coordenadora do MAB, Fernanda Oliveira Fortes, disse que as famílias seguem lutando para conseguir a reparação integral. “A luta nossa é para que crimes como o de Mariana e Brumadinho não fiquem impunes. Outras barragens estão em risco de rompimento e não podemos permitir que esses crimes se repitam. É preciso reparação urgente”.
“A gente vive o 24 de janeiro de 2019 todo dia, porque nunca mais vamos ter nossas vidas de volta. Cerca de 70% dos moradores da região perderam parentes na tragédia, o que mostra o quão forte era o vínculo de emprego com a Vale”, lembrou Jeferson, morador do Córrego do Feijão.
O ex-ministro Fernando Haddad defendeu transparência na reparação dos danos sociais e ambientais e disse que é preciso dar mais visibilidade à situação em que se encontra as famílias atingidas. “Temos que reforçar a atuação jurídica em favor dessa causa. Também é preciso dar visibilidade na imprensa ao que está acontecendo aqui. Devia ter uma página de jornal toda semana relatando esses casos”, destacou.
“Muitas pessoas não morreram por causa da lama, mas muita gente morreu sem conseguir voltar para casa. As pessoas usavam o rio para garimpar e pescar. E se fazemos manifestação somos chamados de bandidos. Hoje, não conseguimos nem pescar nem plantar na bacia do Rio Doce”, disse Cristiane, representante das famílias de Barra Longa, atingida no desastre e Mariana em 2015.
O coordenando do MAB, Joceli Andrioli, criticou o acordo feito entre a Vale e o Governo de Minas. Segundo ele, falta transparência no processo. “Com o acordo, a empresa está ocultando os danos reais e deixando os atingidos sem reparação”.
O PT já ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para cobrar reparação às famílias atendidas. “Que a nossa voz também possa ser instrumento de denúncia do que está acontecendo aqui”, disse Gleisi Hoffman, ao ressaltar que o partido vai continuar lutando em defesa dos moradores do Córrego do Feijão.
“Vamos continuar acompanhando de perto a situação das famílias atingidas, dando todo o suporte possível. E vamos continuar cobrando a Vale e o Estado, para que ações de reparação possam ser feitas o quanto antes”, disse Cristiano Silveira.
Em Contagem conversamos c/ prefeita Marília Campos, q começou seu mandato instalando conselhos populares p/ acompanhar programas e obras no município. Ñ vai esperar Bolsonaro p/ vacinar a população.Já encomendou vacinas e prepara volta às aulas c/ adequação e proteção nas escolas pic.twitter.com/V5OeKPzbQ7
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) February 24, 2021
Agenda
Em Belo Horizonte até a noite desta quinta-feira, 25, Haddad e os membros do diretório nacional do PT participam de uma série de reuniões políticas, como com o prefeito Alexandre Kalil. Na Assembleia Legislativa, eles se encontram com o presidente Agostinho Patrus e com a bancada petista da Casa. Na capital, eles recebem a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão. Já a prefeita Marília Campos, receberá a visita dos petistas na sede da Prefeitura de Contagem.
O ex-ministro e a presidenta do PT também participam de três eventos abertos ao público, todos online, com transmissão ao vivo pelas redes sociais do PT: o Lançamento do Fórum de Prefeitos e Vices do PT de Minas Gerais, o Seminário Educação, Luta e Esperança e o ato em comemoração ao aniversário de 41 anos do Partido dos Trabalhadores, encerrando a agenda na noite de quinta-feira (25).
Os eventos respeitam rigorosamente todas as medidas de prevenção ao contágio do Coronavírus, como distanciamento, restrição no número de pessoas, utilização de máscaras e álcool em gel.
Comunicação PT-MG