“Honro minha família”, diz jovem de foto histórica com Lula

Negro e periférico, o recifense Denilson Cadete orgulha-se de ver, pelo acampamento da vigília Lula livre, a imagem que tirou com o ex-presidente em Lula pelo Brasil

Ricardo Stuckert

Denilson (à direita), na foto que tornou-se marco da campanha por Lula livre

“Olha lá o menino da foto!”, apontam a todo momento na direção de um jovem pernambucano entre as tendas do acampamento Marisa Letícia e na vigília Lula livre, nas imediações do prédio da Polícia Federal onde Lula é mantido como preso político.

O menino da foto é Denilson Cadete, de 19 anos, e a foto em questão foi tirada pelo fotógrafo oficial do ex-presidente durante a etapa Nordeste da caravana Lula pelo Brasil, em agosto, no Museu Cais do Sertão, em Recife.

Denilson fez questão de estar no espaço, dedicado ao Sertão e ao eterno Luiz Gonzada, quando soube da visita do ex-presidente. Foi assaltado no caminho, perdeu o celular, mas não desviou-se de seu caminho. Tornaria-se, sem saber, coadjuvante de uma imagem histórica: Lula no meio do povo, braços erguidos, brilho no olhar.

“Eu, como negro, favelado e periférico de Recife, fiquei muito honrado de estar na foto ao lado de um homem que tirou mais de 30 milhões de pessoas da miséria. Quando cheguei aqui e vi essa foto sendo usada no acampamento, fiquei muito contente”, conta.

A imagem ilustra, por exemplo, o panfleto com as orientações e regras gerais que é distribuído a todas as caravanas que chegam a Curitiba. Mais um item para a coleção pessoal do jovem. “Guardei revistas, adesivos e pôsteres, porque sempre me emociono ao ver que faço parte dessa história de alguma forma.” Nas redes sociais, pelas ruas da cidade e até nos ônibus de Recife, é comum ver Denilson distribuindo panfletos e adesivos.

Lula em sua passagem pelo Recife com a primeira etapa da caravana Lula pelo Brasil

Denilson veio com a caravana de seu estado para a vigília, e aqui permanece ao lado do homem que mais fez por seu estado e sua família. “Tentaram prender minha esperança. Com o Lula, tentaram prender a mim, a minha mão que é doméstica, a minha avó que é aposentada. É meu dever como jovem defender o presidente que luta por nós como ele lutou.”

O Bolsa Família, conta, tirou sua mãe da miséria, permitindo que ela pudesse criar com dignidade a ele e a seus dois irmãos. “Outro dia entrei num restaurante de grã-finos e paguei com o meu próprio dinheiro”, orgulha-se. “Um senhor me perguntou se eu estava lá com a minha patroa, mas fiz questão de dizer que estava lá para almoçar e pagar eu mesma a minha conta. Faço isso porque quero que essa elite branca saiba sempre que, onde eu estou, ali tem um Lula, tem um pobre, tem um negro que passou a ter direitos com os governos do PT.”

“Onde vou, represento Lula como ele me representa”, resume o jovem que pretende fazer o Enem e cursar Jornalismo numa Universidade Federal. “Antes isso não era uma opção, mas, depois de Lula e Dilma, eu posso ser o primeiro da minha família a ter diploma universitário. Vou honrar minha família graças a Lula!”

Da Redação da Agência PT de Notícias, de Curitiba

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