Jaques Wagner: “Bolsonaro sente o veneno que usaram contra Dilma”

Governo terá de recorrer a crédito suplementar para manter o pagamento de programas como o Bolsa Família, recurso usado de pretexto para tirar Dilma do cargo

Alessandro Dantas

Jaques Wagner

A imagem de Jair Bolsonaro (PSL) invocando o nome do torturador Brilhante Ustra durante o processo de impeachment sem crimes contra Dilma Rousseff custará a ser esquecida. Depois, o hoje cada vez mais enfraquecido presidente ainda diria sem qualquer vergonha na cara que não importava se a petista havia ou não cometido irregularidade, o “importante é que tiramos o PT”.

Mas parece que o jogo virou e agora é o próprio Bolsonaro quem está “pagando do próprio veneno” ao ter de recorrer a um crédito suplementar para manter o pagamento de programas como o Bolsa Família – o mesmo que tinha feito Dilma numa prática que deve ter dois pesos e duas medidas aos olhos do Congresso.

O senador Jaques Wagner (PT-BA) explica: “Esse é o problema dele. Fizeram aquele barulho todo contra a Dilma até levar o impeachment dela e agora estão vendo que aquilo não era crime nenhum, era necessidade que você tem na hora que o orçamento aperta, você precisa de uma suplementação. Estão, na verdade, sentindo o veneno que eles mesmos usaram contra a Dilma. Eu acho bom para aprender”, ironizou o petista em conversa com BNews nesta sexta-feira (31).

Ao tentar conseguir um crédito suplementar de R$ 248 bilhões, Bolsonaro remonta uma discussão que antecedeu o golpe de 2016. A petista foi destituída sob a acusação de ter cometido crime de responsabilidade justamente ao recorrer a crédito semelhante.

“Eu digo assim, quando você é oposição não tem que ficar perturbando e impedindo o governo de governar, você tem que tentar melhorar as coisas. Esse é o papel da oposição, e não o que eles fizeram depois que ela [Dilma] ganhou em 2014, que era o tempo todo só criando problema, pauta bomba. Agora Deus ensina. Botou na frente para eles o mesmo problema que eles acusavam que para ela era um escândalo  Para ele agora não vão achar que é escândalo”, completou Wagner, que foi ministro chefe da Casa Civil nos últimos dias do governo Dilma.

Segundo o petista, os gargalos na administração do País têm sido provocados por integrantes do próprio governo. “Na verdade a condução toda da política dele [Bolsonaro] tem sido muito confusa. Não porque nós da oposição, estejamos fazendo nenhum trabalho para impedir o governo de resolver, é porque, entre eles mesmos, não se acertam”.

Da Redação da Agência PT com informações da BNews

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