Jilmar Tatto: “A comunicação é fundamental para a disputa política”

Durante seminário, o secretário nacional de Comunicação falou sobre como o PT vem reestruturando esse setor para atuar nas eleições de 2022 e dialogar com a sociedade brasileira

Alessandro Dantas

Tatto, em sua participação no seminário: "Nós temos de fazer de cada celular um comitê popular"

O secretário nacional de Comunicação do PT, Jilmar Tatto,  expôs, nesta terça-feira (1º), durante o Seminário Resistência, Travessia e Esperança, como o partido criou nos últimos anos uma nova e integrada estrutura para dialogar com a militância e a sociedade brasileira. A comunicação, segundo Tatto, será uma ferramenta fundamental tanto em 2022 quanto na disputa política pós-eleições, numa estratégia que resumiu com a frase “disputar o presente e preparar o futuro”. 

Tal disputa, por sinal, é o centro da estratégia de comunicação, que, embora seja fundamental, deve estar sempre subordinada à política, ressaltou Tatto. “Quando falamos em comunicação, não podemos acreditar nem em milagre, nem em assombração, nem em marqueteiro. Nós aprendemos com a história que o que determina a nossa ação é a política, não a comunicação”, frisou, ao abrir a mesa sobre Comunicação Integrada. 

Tatto lembrou que a necessidade de uma comunicação fortalecida e integrada, que contribua de forma efetiva para a disputa política, tornou-se uma preocupação ainda maior para o PT a partir das eleições de 2018, quando as redes sociais e, especialmente, as fake news interferiram claramente no resultado do pleito. 

“A comunicação é uma ferramenta fundamental, estratégica, para a disputa política. E a militância, com razão, pediu ações concretas da direção. A partir daí, reestruturamos toda a comunicação do PT; o Diretório Nacional deu importância estratégica para a área, com um papel importante da presidenta Gleisi (Hoffmann) e a tesoureira Gleide (Andrade), pois precisamos de recursos e estrutura; e começamos a mudar aquilo que achávamos fundamental para preparar o PT para as eleições deste ano”, disse.

Tatto explicou que a nova estratégia prioriza a produção integrada de conteúdo sintonizado com a disputa política de cada momento. Para isso, as equipes dos sites e das redes sociais ligados ao partido e suas lideranças se organizam de forma cada vez mais colaborativa, orientando-se a partir de uma pauta que é discutida e formulada diariamente para servir de guia a todos os profissionais. “Hoje, ouso dizer, que no PT existe muito conteúdo. A militância não reclama mais da falta de conteúdo”, afirmou o secretário.

Esse trabalho, no entanto, foi apenas o começo, lembrou. No momento, o PT investe em plataformas de comunicação estaduais e municipais; criou a Casa 13, onde militantes podem baixar materiais diversos, desde livros até cards para espalhar nas redes sociais; lançou um aplicativo de celular para informar e manter os militantes conectados; lançou a Rádio PT e a TvPT; organizou seus espaços no WhatsApp e Telegram; investiu no monitoramento das redes; e está estruturando uma central de denúncias de fake news, que conta com um time de advogados. 

Além disso, como próximo passo, está prevista a formação de Comitês Populares de Comunicação em todo o Brasil, estimulando cada militante a se engajar a partir de seu próprio aparelho celular. “Nós temos de fazer de cada celular, um comitê popular, porque hoje o celular é um instrumento fundamental nesta disputa política que está em curso no Brasil”, concluiu.

Desafios

Esse aparato de comunicação integrado descrito por Tatto foi denominado pela coordenadora de Comunicação do PT na Câmara, Misiara Oliveira, como “Rede PT”. Segundo ela, hoje, as equipes do PT Nacional, PT na Câmara e no Senado, Fundação Perseu Abramo, Instituto Lula e das principais lideranças partidárias trabalham de maneira cada vez mais coesa. Porém, ela ressaltou, o Partido dos Trabalhadores tem condições de realizar uma expansão dessa rede. “Temos uma enorme capilaridade, que são cada um dos nossos mandatos parlamentares, cada um dos nossos diretórios estaduais e municipais, as bancadas municipais de vereadores, as bancadas estaduais de deputados e deputadas, os nossos governos e quem atua nos nossos setoriais e secretarias e movimentos sociais. Tudo isso compõe uma grande rede que precisa cada vez mais se articular.”

A coordenadora de Comunicação do PT no Senado, Taís Ladeira, reforçou que a integração tem feito com que o potencial de comunicação do partido se expanda, pois as equipe podem canalizar seus esforços para mais temas. “No momento em que o PT no Senado está fazendo uma matéria, a Misiara pode deslocar um de seus jornalistas para outra tarefa. A integração que existe na política deve se traduzir na comunicação. O mesmo acontece com a equipe do site do PT Nacional. Somando o PT no Senado, o PT na Câmara e o PT Nacional, além das assessorias dos gabinetes, temos uma enorme rede de produção de conteúdo”, destacou.

Já o assessor de Comunicação do ex-presidente Lula, José Chrispiniano, ressaltou que a comunicação hoje representa um grande desafio devido à velocidade com que as novas tecnologias surgem. “Por isso, temos de estudar, sim, tudo o que aconteceu em 2018 extensivamente, mas entender também que vamos ter problemas e situações novos, porque a tecnologia e o contexto de comunicação mudam muito em quatro anos”, pontuou. Para Chrispiniano, esses novos desafios podem vir de ferramentas como vídeos curtos, redes fechadas e novas redes, como o Tik Tok e o Twich.

Encerrando a mesa sobre Comunicação Integrada, o diretor de Comunicação da Fundação Perseu Abramo, Alberto Cantalice, destacou que a comunicação vai ser crucial para um dos principais objetivos do PT este ano: além de vencer as eleições presidenciais, eleger uma ampla bancada na Câmara e no Senado. “Temos de mostrar para o cidadão que se ele votar no Lula para presidente, mas votar em um picareta para o Congresso, o Lula não vai poder fazer nada. Estou convencido que podemos dar um grande salto de qualidade e eleger uma bancada maior”, afirmou.

Da Redação

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