Jorcelho Joaquim Julio: haverá mais crise se não houver eleições

Para o ex-presidente de Diretório Municipal de Santa Maria do Suaçuí (MG), “a vitória e o poder são como céu de brigadeiro, até que tempestades surgem”

Tribuna de Debates do PT

A boa política contempla as expectativas de aliados e diminui o poder de fogo dos adversários. São regras básicas para continuar no jogo. Minhas memórias do PT trazem à luz correntes, dissidências e democracia. Cabia de tudo quando os ideais forjavam a luta. E a nossa bandeira nos fazia, e nos faz, trilhar no caminho da ética e da moral. Muitos companheiros abandonaram a legenda quando o PT saiu de oposição para situação. O discurso e a prática tinha embate com a realidade eleitoral. O eleitorado brasileiro é conservador ou desconfiado. Elege-se o presidente e, ao mesmo tempo também, as forças oposicionistas no Senado, na Câmara, nos Governos Estaduais e Municipais. Tem que se fazer uma colcha de retalhos para assegurar a governabilidade. A tensão cresce com disputas de postos e de vaidade. O Brasil não pode mais esperar. O fracasso seria morte certa do PT. Vivemos anos de paz e de crescimento econômico e social. Em algum ponto o PT esqueceu a base, e a comunicação com os militantes foi a mesma dispensada à população em geral. Grandes marqueteiros passam a ditar os rumos e as vozes do PT. Dizia-se que em favor de um sonho grande vale a segregação, a mutilação e até mesmo aproximação com inimigos históricos (clássico apoio a Collor em Alagoas nos bons tempos da Senadora Heloísa Helena). A cabeça pensante do partido pauta resultados. A divisão tornou o PT irreconhecível. A estratégia agora é de permanecer no poder. E no vale-tudo, muitos se perderam. Ouviu-se que, nos governos do PT, empresários nunca lucraram tanto. Os pobres nunca prosperaram tanto. E a “mídia de direita” nunca deu trégua ao presidente Lula. Dilma vence duas vezes as mesmas forças que Lula derrotou. A esquerda se distancia, enquanto a direita se une. Os aliados de ontem tornam-se algozes de hoje. A presidente Dilma é retirada. A juventude desperta a resistência. Estamos em luta pelo estado democrático de direito. É hora dos patriotas se unirem pelo Brasil. Sonhamos um Brasil melhor para todos. E acreditamos que a vontade popular tem o poder de unificar este país. Somos todos a favor de eleições diretas já! Haverá mais crise se não houver eleições. Haverá risco de revolução se o povo for massacrado. Governo ilegítimo não pode pedir sacrifício do povo. Vivemos tempos sombrios. Todos os poderes contaminados pelos privilégios e distanciamento dos desejos de uma pátria justa, igualitária e que respeita a democracia.

Por Jorcelho Joaquim Julio, ex-presidente de Diretório Municipal de Santa Maria do Suaçuí (MG) e filiado ao PT desde 1992, para a Tribuna de Debates do 6º Congresso. Saiba como participar.

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