Jorge Solla e Deyvid Bacelar defendem a retomada da indústria naval

Deputado federal pelo PT-BA e coordenador-geral da FUP participaram de audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara

Gabriel Paiva

Deputado Jorge Solla argumenta sobre importância da indústria naval em audiência pública na Câmara

“É urgente, como já defendeu o presidente Lula, a retomada da indústria nacional, na qual o setor naval tem importância estratégica pela capacidade de gerar empregos, aumentar a renda das famílias e alavancar o desenvolvimento”, defendeu o deputado Jorge Solla (PT-BA) em audiência pública, nesta terça-feira (25), na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. O deputado Alexandre Lindenmeyer (PT-RS) também estava presente.

Segundo Jorge Solla, a partir de 2003, com o primeiro mandato do presidente Lula, a indústria naval brasileira teve um grande impulso, e o Brasil passou a fazer parte dos países de maior expressão no setor. Entre 2003 e 2006, mais de 500 embarcações foram construídas.

Com a descoberta do pré-sal, o setor foi ainda mais incrementado. Em 2006, mais de 19 mil empregos foram gerados. Em 2009, o Brasil contou com R$ 55 bilhões em investimentos e encomendas. De 2013 a 2014, o número de plataformas de petróleo saltou de 32 para 82. Já no fim de 2014, mais de 84 mil empregos haviam sido gerados.

“Infelizmente, com o golpe de 2016 – e a partir da deposição da presidenta Dilma –, o que vimos foi uma destruição em larga escala em nosso país, que também levou junto a indústria naval. Foram dispensados, pelos cálculos existentes, mais de 300 mil trabalhadores que atuavam direta ou indiretamente no setor naval. Temos estaleiros que passaram a ser grandes sucatas e, infelizmente, o investimento feito foi todo destruído”, lamentou o parlamentar.

O presidente Lula tem dito que vai retomar os investimentos na indústria naval, como fez em março passado, quando visitou o Complexo Naval de Itaguaí, no litoral sul do Rio de Janeiro, onde são construídos submarinos para a Marinha do Brasil.

Destruição causada pela Lava Jato

De acordo com Solla, a Operação Lava Jato contribuiu diretamente na destruição da indústria naval brasileira. Segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a Lava Jato custou 4,4 milhões de empregos e 3,6% do PIB brasileiro.

Ela afetou diretamente os setores da construção civil e do petróleo e gás; e indiretamente uma gama importante de outros segmentos econômicos estratégicos para o país. A pesquisa também apontou que desde o início da operação o Brasil perdeu R$ 172 bilhões em investimentos.

Também presente na audiência, Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), culpou o então juiz Sergio Moro, atualmente senador, e a operação por destruírem a indústria.

“Esse senhor que hoje é senador da República ajudou a destruir a indústria naval brasileira, a destruir a engenharia nacional. O que a Lava Jato fez para o país foi praticamente um crime de lesa-pátria. Nós estamos falando de 4,4 milhões de postos de trabalho que foram extintos em consequência da operação Lava Jato, porque as grandes empresas brasileiras, da engenharia nacional, que geravam emprego aqui no país, foram destruídas.”

Para Bacelar é “inadmissível” que 15 plataformas, principalmente utilizadas em águas profundas, tenham sido encomendadas de países como China, Japão, Singapura e Coreia do Sul. “Se essas 15 plataformas fossem construídas aqui no Brasil, com a engenharia que nós tínhamos com a indústria naval, elas gerariam 1,5 milhão de postos de trabalho no país, que estão sendo gerados, hoje, lá fora.

Tanto Jorge Solla como Deyvid Bacelar acreditam que, com o novo mandato do presidente Lula, a indústria nacional, incluindo a naval, será resgatada e alavancada. “Ele [Lula] está dizendo que vai resgatar a indústria nacional, a indústria naval e que a Petrobras e a Transpetro serão essenciais para que as contratações, que hoje nós temos fora do país, sejam feitas no Brasil”, frisou Bacelar.

Do PT na Câmara

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