Juiz de Fora: Pré-candidata quer universidades aliadas da prefeitura

Ex-reitora, deputada federal Margarida Salomão (PT-MG) propõe aproximar ensino superior da gestão pública para ampliar participação e estimular inovação

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A deputada Margarida Salomão

Aproximar as universidades existentes em Juiz de Fora (MG) da administração da Prefeitura Municipal é um dos desafios que a pré-candidatura da atual deputada federal Margarida Salomão (PT-MG) definiu como prioridade para as eleições deste ano.

A proposta considera o polo de ensino superior da cidade como caminho para a inovação na gestão pública e se constitui em um dos eixos de um governo de participação popular que sua eleição representa.

“Infelizmente, a separação é muito grande entre a cidade e a universidade. É uma das nossas prioridades aproximar a cidade de Juiz de Fora do grande sistema universitário nela sediado, seja a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), da qual fui reitora, seja a UNIP-Sudeste ou a grande rede particular de ensino que se constituiu no entorno das instituições públicas”, diz Margarida Salomão.

“Todas elas agregam competências, experiências políticas e científicas que muito têm a acrescentar à vida da cidade. Pela minha experiência universitária, sei que a questão da inovação é central. Não só a inovação tecnológica, mas a inovação social e política.”

Com uma poulação estimada em 555.284 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geaografia e Estatística (IBGE), Juiz de Fora tem na pré-candidatura de Margarida Salomão a chave para fazer essa aproximação. Isso porque ela foi reitora da UFJF de 1998 a 2006, tempo suficiente para acumular experiência administrativa e entender como fazer essa união do conhecimento com a gestão pública.

Um primeiro passo na direção da inovação política, conta a pré-candidata, é o lançamento da plataforma colaborativa “A Juiz de Fora de Todos Nós”, ferramenta criada para colher propostas, ideias e críticas da população sobre a gestão municipal. A plataforma possui também uma página no Facebook.

“A cidade vem sendo dirigida de uma forma muito convencional, por um grupo político que aborda os problemas de maneira muito antiga”, sintetiza Margarida. “Construir uma gestão com a participação da sociedade, transparente e que envolva as pessoas. Essa é certamente a grande lição que precisamos apresentar à sociedade para lutar contra a corrupção, para derrotá-la, e oferecer à sociedade uma forma nova de política.”

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Margarida Salomão em lançamento da pré-candidatura a prefeita de Juiz de Fora (MG). Foto: Divulgação

Com larga experiência ligada ao ensino superior, Margarida foi dirigente nacional da Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) por oito anos e disputou por duas vezes a Prefeitura de Juiz de Fora, chegando ao segundo turno em 2008 e 2012. Desta vez, afirma sorridente, será para ganhar.

Segundo Margarida, a vitória virá por dois fatores principais: a experiência adquirida como deputada federal e o contexto político de um golpe parlamentar que exige uma resposta democrática das forças progressistas e faz das eleições municipais um momento privilegiado de discussão sobre a política no Brasil. “Neste momento, a disputa da cidade é um elemento crítico na luta democrática brasileira”, diz.

Para ela, a vivência na Câmara dos Deputados é “muito rica”, mesmo com os pontos negativos, pois permite “conhecer por dentro a tragédia que é o atual sistema político brasileiro”. “Mas também oferece uma visão nacional e particularmente entender a situação do município dentro do pacto federativo”, afirma. “Essa é uma experiência muito importante, me qualifica.”

Diálogo constante

Uma das marcas de uma eventual gestão de Margarida Salomão em Juiz de Fora será o diálogo permanente com a população. O início desse processo é um seminário, entre 5 e 8 de agosto, envolvendo autoridades brasileiras com conhecimento das gestões do PT, especialistas da cidade e lideranças comunitárias dos movimentos jovem, negro e de mulheres. O objetivo é construir “um saber que seja transformador de fato”.

“É um convite para que a população se entregue na gestão da cidade, na discussão dos seus problemas e na solução deles, problemas clássicos que envolvem Segurança, Saúde e Mobilidade”, afirma. “Outra grande dimensão da nossa proposta é a luta contra a desigualdade. Seja regional na cidade, a desigualdade social, de gênero, racial ou no campo dos direitos humanos. Isso estará no centro da nossa plataforma: a cidade e o direito à cidade.”

Vista noturna da cidade de Juiz de Fora (MG). Foto: Divulgação

Vista noturna da cidade de Juiz de Fora (MG). Foto: Divulgação

E o direito à cidade passa, prioritariamente, pela Saúde em Juiz de Fora. A área é apontada por Margarida Salomão como a mais grave atualmente, que requer envolvimento da comunidade para alcançar resultados de melhoria para o povo.

“É claro que se pode dizer que a Saúde é um problema do Brasil inteiro, mas estou absolutamente convencida de que pequenas mudanças incrementais que envolvam inovações no campo das políticas públicas podem resolver grande parte dos nossos problemas”, avalia.

Quebrando o tabu

Conhecida em Juiz de Fora justamente por seu papel como educadora, reitora e atuação em favor da ciência e do conhecimento, Margarida Salomão ganhou projeção nacional devido ao vídeo de uma audiência da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados em que defende o comprometimento da Educação com a Ciência.

Viralizou com mais de 250 mil compartilhamentos na página “Quebrando o Tabu” no Facebook, ao lembrar do pedido de perdão da Igreja Católica a Galileu Galilei por tê-lo condenado quando o cientista sustentou que o planeta Terra gira em torno do Sol, contrariando os ditames religiosos de sua época.

Na comissão, foi aplaudida ao questionar quanto tempo levaria para que pedíssemos desculpas “às mulheres, aos homossexuais e aos transgêneros” por não fazer o que a ciência indica que devemos fazer. Nas redes sociais, Margarida “lacrou” com sua intervenção.

Camilo Toscano, da Agência PT de Notícias

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