Lava Jato se recusa a cumprir ordem judicial favorável à defesa de Lula

Em agosto, decisão determinou que os advogados tivessem acesso à contabilidade da Odebrecht, suspeita de ter dados alterados para atingir o ex-presidente

Juca Varella

Advogados de Lula, Cristiano Zanin e Valeska

Tendenciosos, os procuradores da Lava Jato de Curitiba continuam prejudicando Lula. Os membros do MPF se recusam a cumprir ordem judicial favorável a defesa do petista. No fim de agosto, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, concedeu aos advogados Cristiano e Valeska Martins o acesso aos sistemas de contabilidade paralela da empresa Odebrecht.

Segundo a defesa, o sistema financeiro provaria que os documentos foram forjados e elaborados após as delações premiadas de executivos da empresa. Essas alterações teriam o objetivo de atingir Lula, principal alvo da operação desde o início. Os sistemas usados pelos funcionários da empresa eram o Drousys, sistema de comunicação usado pelos executivos, e o MyWebDay, sistema de contabilidade e controle dos pagamentos de propina

Um dos indícios do de que os documentos foram forjados é o depoimento de Fernando Migliacco. O executivo afirmou que era possível “incluir e excluir livremente dados, arquivos e informações” no Drousys. Migliacco também declarou que o sistema de contabilidade das propinas, MyWebDay, era apagado sistematicamente.

Interferência dos EUA

 

Nesta terça-feira (3), o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) recebeu a visita do conselheiro para Assuntos Políticos da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, Willard Smith. De acordo com o tribunal, o estadunidense foi conhecer mais sobre o funcionamento do Judiciário brasileiro e se atualizar sobre os casos da Operação Lava Jato.

É válido ressaltar que o Departamento da Justiça dos Estados Unidos é suspeito de interferir de maneira ilegal na Lava Jato. Em agosto, alguns deputados estadunidenses escreveram uma carta afirmando estarem “preocupados com o envolvimento do Departamento de Justiça em procedimentos jurídicos brasileiros recentes que geraram controvérsia significativa e podem desestabilizar a democracia do país”.

Já o TRF-4, que recebeu o Smith, é o mesmo que na semana passada afrontou decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para continuar perseguindo Lula. Os três desembargadores da 8ª Turma do tribunal mantiveram a absurda condenação do ex-presidente no caso do sítio de Atibaia, além de aumentarem a pena. As decisões desrespeitam a decisão do STF que determinou a ordem das alegações finais, garantindo ao réu delatado o direito de falar por último, o que não ocorreu no caso de Lula.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Blog da Cidadania e do Conjur

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