Lésbicas, Três Gerações | “Para minha mãe, eu mandei mensagem. Para a família, postei no facebook”, Ana Carolina, 22 anos. 

Muito caminho foi trilhado até o século 21, mas a nova geração ainda encontra desafios próprios e conta com a tecnologia para ter acesso à informação.

Ana Clara, Agência Todas

Esta é a terceira matéria do Especial “Lésbicas, três gerações”. Conversamos com Ana Carolina, 22 anos, de São Paulo, sobre o processo de saída do armário. Assim como Rita e Camila, o apoio de amigos foi fundamental para que ela desse o passo importante de contar para a mãe. Libertação e liberdade são as palavras que guiam os sentimentos de quem consegue se colocar e mostrar quem se é para o mundo.

A partir de conversas no WhatsApp, Annynha, como também gosta de ser chamada, contou que, desde pequena, já tinha olhares para mulheres. No entanto, ela sempre teve receio de contar para os familiares e até apostou em algumas aventuras lésbicas sem ninguém da família descobrir. Aos 18 anos, a partir de uma conversa com o melhor amigo gay, com quem morava,  ela decidiu se assumir para a mãe.

Representante da nova geração Z, pós millenial, Ana Carolina resolveu bater esse papo sério e contar para a mãe por meio de mensagem no celular.

“Para os outros familiares, eu simplesmente postei no facebook que estava namorando com uma menina e pronto. Agora pra minha mãe foi por mensagem e foi mais difícil. Ela não aceitou, chegou a falar que tinha nojo de mim, entre outras coisas. Foi muito difícil”, relatou a jovem.

Apesar da resposta da mãe, Ana Carolina conta que optou por contar para a mãe antes de todo mundo, mas também chegou a ser dura. “Eu disse que não morava mais com ela então não tinha o porquê dela aceitar ou não, apenas me respeitar. Eu estava apenas informando”, desabafou. Mesmo assim, a dificuldade de lidar com a falta de acolhimento da mãe foi marcante para Ana Carolina que se sentiu muito magoada.

Já a facilidade encontrada pela jovem foi o apoio e a força do amigo — a pessoa que deu coragem dela se assumir para a família e para o mundo. Antes da mãe, Ana Carolina também se assumiu para a irmã, no entanto, no começo, optou por dizer que era bissexual e não lésbica.

Hoje, quatro anos depois de se assumir, Ana Carolina, se pudesse diria para a jovem que foi aos 18 anos: “Continue sendo o que você é e jamais deixe seus sonhos por conta de aceitação dos outros ou de pensamentos”.

Às companheiras de sua geração, o recado de Ana Carolina é ainda mais evidente:  

“Juntas somos mais. Nós precisamos ser mais unidas, sabermos o que falar uma à outra, ter respeito uma pela outra e não só entre nós, como todos da comunidade LGBT. Nós fazemos parte de uma comunidade inteira”. 

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