Lucélia Santos: “É uma manipulação para tirar Lula das urnas”

Atriz que participa desde o 1º de maio de atividades da vigília Lula livre destaca o papel do posicionamento dos artistas e da mídia alternativa em divulgar prisão política

Gibran Mendes

A atriz Lucélia Santos na vigília Lula livre, em Curitiba

“Se a eleição fosse hoje Lula ganharia no primeiro turno. É isso que não querem e é isso que a gente tem que denunciar.” A denúncia é feira pela atriz Lucélia Santos, que desde o 1º de maio está em Curitiba somando-se aos milhares de homens e mulheres que seguem em vigília em nome da inocência de Lula, de sua prisão política e de sua condenação política.

No grandioso ato que reuniu mais de 50 mil pessoas na praça Santos Andrade, Lucélia puxou um emocionante coro de “Lula Livre”. Na quarta, participou de atividades na Casa da Democracia, próximo à esquina democrática Olga Benário, onde acontece os atos.

“A impressão que eu tenho é que vocês estão fortes. A organização é impecável, o amor que as pessoas transmitem, isso nos dá uma esperança. Agora, é pesado. Eu não estou pulando de alegria. Desde que cheguei aqui fiquei muito tensa”, afirmou.

A atriz Lucélia Santos almoça no acampamento Marisa Letícia

Hoje pela manhã, visitou o acampamento Marisa Leticia, depois de participar do bom dia ao presidente Lula.

Aproveitou ainda os cuidados da tenda de saúde popular, onde recebeu aplicação de auriculoterapia – desde o primeiro dia de acampamento, voluntários cuidam dos militantes oferecendo a terapia gratuitamente.

A atriz, produtora e diretora de cinema almoçou com os acampados que lutam pela democracia. Enquanto esperava a comida ficar pronta, ela conversou com a Agência PT de Notícias.

Que impressão ficou da Vigília Lula Livre e do tradicional Bom Dia, Presidente Lula?

Eu achei muito emocionante. O que vocês estão fazendo aqui é histórico. A resistência é algo muito importante. Por isso fiz questão de vir no Primeiro de Maio, que é o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora. Desde que o Lula foi preso, eu quero vir aqui. Primeiro fiquei sondando a possibilidade de vê-lo. Depois comecei a ver que ninguém podia entrar. Acho que nem o Papa se vier aqui vão deixar falar com ele. O Leonardo Bonff não entrou, o Eduardo Suplicy não entrou, o Nobel da Paz Adolfo Esquivel não entrou. Aí eu vi que a situação é muito esquisita.

Você acha que a Justiça viola os direitos humanos de Lula ao proibir essas visitas?

Pelo menos o Esquivel tem o direito de checar as condições dos direitos humanos do preso. Foi o que eu li. Mas a impressão que eu tenho é que vocês estão fortes. A organização é impecável, o amor que as pessoas transmitem, isso nos dá uma esperança. Agora, é pesado. Eu não estou pulando de alegria. Desde que cheguei aqui fiquei muito tensa.

Pela gravidade da prisão política de Lula?

Eu não sou jurista. O que posso avaliar é que isso é uma manipulação para tirar o Lula das urnas. Se a eleição fosse hoje, Lula ganharia no primeiro turno. É isso que não querem e é isso que a gente tem que denunciar.

A atriz Lucélia Santos recebe auriculoterapia na tenda da saúde da vigília Lula livre, em Curitiba

Considera importante os artistas se manifestarem politicamente nesse momento para fazer essa denúncia ?

Sim, por duas razões. Tudo o que está acontecendo aqui, a gente tá com muita dificuldade de comunicar à sociedade. Nas redes sociais estão me agredindo desde que publiquei que estava no palanque do Primeiro de Maio no evento Lula Livre.

Essa parcela raivosa, intolerante, não tem noção das coisas que estão acontecendo. Eles têm uma versão da História que é oposta à que nós acreditamos. Não adianta a gente partir pra nenhum tipo de confronto. O que tem que acontecer agora é uma comunicação, o que não há, pois a imprensa não dá as notícias.

Contamos é com vocês, da mídia alternativa; e vocês, com os artistas que como eu se dispõem a vir aqui. Esse é o nosso papel que pode funcionar: ajudar na comunicação, a externalizar o que acontece aqui, quem está resistindo, quem está defendendo a democracia.

O que Lula representa para você?

O Lula é parte da minha vida. Eu sou de Santo André e cresci na frente ao Sindicato dos Metalúrgicos. Meu pai era operário da Rhodia, companheiro do Lula. Eu cresci assistindo a luta do Lula. Da janela da casa do meu pai eu via as mobilizações. Meu pai adorava o Lula. Eu fiz todas as campanhas do Lula. Muitas começaram na minha casa no Rio de Janeiro. Tenho uma relação quase familiar com ele. É como se ele fosse meu irmão. Me dói imagina-lo encarcerado.

Por Luis Lomba, de Curitiba, para a Agência PT de Notícias

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