Lula celebra avanço do processo de paz em Gaza: “Antes tarde do que nunca”

Em coletiva em Roma, nesta segunda (13), presidente falou sobre as negociações entre Israel e Palestina e cobrou soluções para o conflito na Ucrânia

Ricardo Stuckert

Lula, na coletiva em Roma: está na hora de encerrar a guerra entre Ucrânia e Rússia

Após participar da abertura do Fórum Mundial da Alimentação 2025, o presidente Lula  concedeu entrevista a jornalistas na capital italiana, onde discorreu sobre o cenário internacional, a importância de soluções políticas para a solução de conflitos e a urgência do combate à desigualdade social. Lula elogiou o avanço do acordo de paz entre Israel e Palestina e não poupou críticas ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Ao ser questionado sobre um possível degelo nas relações diplomáticas com Israel, o presidente foi enfático: “o Brasil não tem problema com Israel”. E completou: “O Brasil tem problema com Netanyahu. A hora que Netanyahu não for mais governo, não haverá nenhum problema entre Brasil e Israel, que sempre tiveram uma relação muito boa”.

Lula expressou otimismo com a resolução do conflito, após o anúncio de um cessar-fogo e a libertação de reféns: “Eu estou feliz porque, antes tarde que nunca, finalmente parece que se encontrou uma saída para o conflito entre Israel e Palestina”. Para ele, há “muitas possibilidades de um acordo ser definitivo”, o que é “muito importante” para devolver “o direito das pessoas a dormirem tranquilas, sem medo de uma bomba, sem medo de um prédio cair”.

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Com o avanço da paz em Gaza, o presidente estendeu a necessidade de diálogo para outros cenários. “Se o mundo foi capaz de resolver talvez a questão de Israel, eu penso que está na hora de a gente começar também a pensar em resolver o problema da guerra da Ucrânia e da Rússia. Eu acho que é plenamente possível”, avaliou.

Papa Leão XIV

Em relação à sua audiência com o Papa Leão XIV, Lula disse que os dois trataram do combate à desigualdade e à pobreza. “A conversa que eu tive com o Papa foi muito boa. Parecia que eu estava conversando com alguém que eu já conhecia há 20 ou 30 anos”, relatou. O presidente elogiou a recente Exortação Apostólica Dilexi Te: “Não poderia haver documento mais atual do que o do Papa. Vai fazer um bem a todos os católicos do mundo inteiro”. Lula também convidou o Pontífice para a COP30, em Belém, no próximo ano, mas o Papa não poderá comparecer, embora tenha manifestado desejo de visitar o Brasil “em outro momento”.

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Sobre a erradicação da fome, pauta central do Fórum Mundial da Alimentação, o presidente reiterou que o problema é de ordem política, não econômica. “A fome não é um problema econômico. A fome é um problema político. Se houver interesse político dos governantes, se encontrará um jeito de colocar o café da manhã, o almoço e a janta para o povo pobre do mundo inteiro”, declarou.

Lula defendeu que os mais vulneráveis sejam incluídos nos orçamentos nacionais: “Todo dirigente, na hora que for discutir o orçamento do seu país, tem que lembrar que tem pobres e que eles não podem ser tratados como invisíveis. Se a gente fizer isso, a gente acaba com a fome no mundo”.

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