Lula discute trabalho digno, clima e justiça social com a Confederação Sindical Internacional

Encontro no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (4), incluiu discussões sobre parcerias globais em prol do trabalho decente, combate à pobreza e às desigualdades

Ricardo Stuckert

Lula durante encontro com lideranças da Confederação Sindical Internacional (CSI)

O presidente Lula recebeu, nesta quarta-feira (4), no Palácio do Planalto, uma comitiva da Confederação Sindical Internacional (CSI), liderada por seu presidente, Luc Triangle. O encontro, realizado em paralelo à 3ª Reunião do Conselho Geral da CSI em Brasília, destacou parcerias globais em prol do trabalho decente, combate à pobreza e às desigualdades, e ações contra as mudanças climáticas.

Lula enfatizou o compromisso do Brasil com a inclusão social e o papel central dos trabalhadores nas pautas globais. “Sempre fui sindicalista e sigo com meus laços com o movimento sindical. O que nos une é a luta por trabalho digno, justiça social e um mundo mais justo para todos”, afirmou o presidente. Ele lembrou o apoio recebido de organizações sindicais internacionais durante sua prisão em 2018 e 2019.

O presidente também destacou o encontro em uma postagem na rede social X. “Nosso governo está comprometido com as demandas dos trabalhadores e das trabalhadoras no Brasil e também em apoiar outros países do mundo”, afirmou.

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A força do movimento sindical global

Luc Triangle ressaltou a importância do Brasil e de Lula como líderes em temas globais, especialmente na presidência do G20, destacando a declaração final do grupo, que trouxe compromissos claros com a redução das desigualdades e a proteção dos direitos trabalhistas.

“O seu papel como presidente do Brasil e também o seu papel pessoal não podem ser subestimados”, declarou Triangle. Ele também reafirmou o apoio da CSI aos esforços do Brasil para liderar ações climáticas durante a COP 30.

A reunião contou com a presença de representantes sindicais de países como Estados Unidos, Nigéria, Moldávia, Noruega, África do Sul, Japão e Venezuela. Catherine Feingold, da AFL-CIO, elogiou a parceria do Brasil com o governo Biden em iniciativas pelo trabalho decente e destacou o desejo de que essa cooperação continue mesmo após a troca de governo nos EUA.

Diálogo internacional

O presidente Lula destacou que, durante a presidência do G20, o Brasil priorizou temas como a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, as mudanças climáticas e a reforma da governança global. Ele reafirmou o compromisso de levar as questões trabalhistas a fóruns internacionais como as Nações Unidas, o G20 e os BRICS.

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“Precisamos transformar o mundo do trabalho em um espaço de inclusão, igualdade e dignidade. Isso passa por uma governança global que trate a desigualdade e a fome como questões prioritárias”, disse.

“Lula Livre”

Os sindicalistas presentes entregaram ao presidente uma bandeira do movimento “Lula Livre” e uma foto tirada em Copenhague, em 4 de dezembro de 2018, quando o movimento internacional reforçava sua solidariedade ao ex-presidente.

Ainda durante a reunião, foram destaques temas discutidos na 3ª Reunião do Conselho Geral da CSI, que contou com a participação do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Durante o evento, Marinho destacou que o Brasil buscará replicar no âmbito da COP 30 a abordagem adotada no G20, promovendo a participação de trabalhadores, empregadores e governos.

“Os trabalhadores são as verdadeiras vítimas das mudanças climáticas, mas também têm o potencial de liderar essa transformação. Precisamos garantir que a COP 30 avance em um modelo de transição justa, com novas oportunidades de emprego e condições dignas para todos”, afirmou Marinho.

O ministro também citou a criação de mais de 3 milhões de empregos formais e a valorização do salário mínimo acima da inflação como medidas concretas do governo Lula em prol do trabalho decente.

Unidade e desafios da classe trabalhadora

O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, ressaltou os avanços conquistados pelo governo Lula, mas também os desafios que ainda persistem.

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“É fundamental que sigamos mobilizados para garantir que não haja a retirada de direitos. O Brasil já avançou muito, mas precisamos continuar lutando por condições dignas de trabalho, salários justos e proteção social para todos os trabalhadores”, declarou.

Nobre também reforçou a relevância do evento da CSI, que reúne representantes de 46 países, como espaço para debater as prioridades estratégicas do movimento sindical global. “A unidade internacional é a nossa maior força para enfrentar os desafios do mundo do trabalho e construir um futuro mais justo para todos”.

A COP 30 como marco para a justiça climática

A 3ª Reunião do Conselho Geral da CSI tem como um dos principais temas a transição justa no contexto das mudanças climáticas. Luc Triangle destacou o papel do Brasil como sede da COP 30 e sua capacidade de liderar esforços globais em favor de um desenvolvimento sustentável.

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“O Brasil está mostrando ao mundo que é possível liderar com responsabilidade e colocar os trabalhadores no centro das soluções climáticas”, disse.

Luiz Marinho reforçou que a COP 30 será uma oportunidade de consolidar o compromisso global com a responsabilidade climática e social.

“A transição para uma economia mais verde deve ser acompanhada por empregos dignos, salários justos e proteção social robusta. Precisamos construir um futuro onde a justiça social e climática caminhe juntas”, afirmou o ministro.

Para Lula, o papel dos trabalhadores é indispensável na construção de um mundo mais igualitário. “Os sindicatos sempre foram e sempre serão a vanguarda da luta por um mundo mais justo. É com a força do trabalho que construiremos um futuro de esperança e prosperidade para todos”, concluiu.

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Da Redação, com informações do Site do Planalto

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