Lula elogia Kalil e defende eleição de governadores comprometidos com o país

Em entrevista a rádio de Uberlândia, cidade que visita nesta quarta-feira (15), Lula diz que sintonia entre governo federal e governadores será fundamental para a reconstrução do Brasil 

Ricardo Stuckert

Lula: "A gente vai voltar para refazer tudo que a gente já tinha feito e tentar fazer coisas novas"

Lula já disse repetidas vezes que, caso volte a governar o Brasil, buscará diálogo com todos os governadores, independentemente do partido a que pertençam, para juntos trabalharem em um projeto de desenvolvimento do país.

No entanto, o ex-presidente está convencido de que a eleição de governadores com uma visão semelhante à sua tornará o trabalho mais fácil. E é por isso que ele apoia a pré-candidatura de Alexandre Kalil (PSD) ao governo de Minas Gerais, explicou, nesta terça-feira (14), em entrevista à Rádio Vitoriosa, de Uberlândia.

“Se a gente ganhar as eleições para presidente e ganhar em estados como Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, a gente pode fazer uma revolução nesse país do ponto de vista do crescimento econômico, da distribuição de renda, porque, na verdade, é disso que o Brasil está precisando”, afirmou Lula (assista à íntegra da entrevista no fim desta matéria).

Lula também elogiou o ex-prefeito de Belo Horizonte, com quem se encontra nesta quarta-feira (15) em evento em Uberlândia. “Eu já conhecia o Kalil do sucesso do Atlético Mineiro, da grande gestão que ele fez no Atlético Mineiro, e depois eu tive o prazer de conhecê-lo como prefeito. E, na conversa, eu senti um homem da mais alta competência profissional, um homem disposto a fazer as coisas corretamente, um homem cheio de vontade de trabalhar, cheio de vontade de mudar”, contou.

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Reconstrução

Lula disse que compartilha com Kalil a percepção de que o país precisa ser reconstruído, após o desastre do governo de Jair Bolsonaro. Segundo o ex-presidente, um novo governo seu terá novas realizações, mas também precisará resgatar muito do que já foi feito e acabou destruído.

“Eu posso voltar a ser presidente em 2022, 12 anos depois que eu deixei a Presidência, e pegar o Brasil pior do que eu peguei em 2003. Significa que o problema do emprego é prioridade,  o problema da saúde é prioridade, o problema do salário é prioridade, a questão da inflação é prioridade, o custo de vida é prioridade porque o povo não está mais conseguindo comprar o que comer. A gente vai voltar para refazer tudo que a gente já tinha feito e tentar fazer coisas novas.”

Lula ressaltou que, depois do golpe contra Dilma Rousseff, o Brasil adotou uma política que não distribui renda. Ele lembrou que, no primeiro semestre, enquanto as empresas brasileiras listadas na Bolsa de Valores, se valorizaram 80%, a renda dos 5% de brasileiros mais pobres caiu 34%.

“Toda vez que você ouve falar em crescimento do PIB, crescimento da Bolsa de Valores, você precisa se perguntar se esse crescimento foi repartido com aqueles que trabalham nessas empresas. E o que a gente está percebendo é que não é. O rico continua ficando cada vez mais rico, e o pobre continua ficando cada vez mais pobre”, observou Lula.

Para mudar essa situação, Lula garantiu que pretende retomar os investimentos públicos em obras de infraestrutura, usar o BNDES para apoiar pequenos e médios empreendedores, incentivar cooperativas para gerar empregos em pequenas comunidades e aumentar os investimentos em educação, para dar mais oportunidades aos jovens.

Atual governo não tem coragem

Segundo o ex-presidente, o Brasil chegou à situação calamitosa em que 33 milhões passam fome porque o atual governo não toma nenhuma medida para recuperar a economia e só pensa em se desfazer do patrimônio público.

Lula lembrou que o atual governo vendeu a BR sob o argumento de que a concorrência aumentaria e os preços abaixariam, o que, todos podem ver hoje, era mentira. “Aí, agora, resolve privatizar a Eletrobrás. Dizendo o quê? Que vai ter mais empresa e vai baratear. Não vai baratear. A hora que privatizar a Eletrobrás, não vai ter mais Luz Para Todos”, alertou.

“Quem não sabe governar, quem não tem coragem de tomar decisão, quem não sabe lidar com problemas sociais vende aquilo que é patrimônio público. Gente, se não sabem governar governar, por favor, peçam a conta e vão embora. E permitam que alguém que saiba governar esse país pensando no povo governe esse país. Esse país não precisa passar pelo que está passando. Não precisa passar”, garantiu.

Da Redação

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