Lula, em Uberlândia: “Outra vez, o povo trabalhador vai consertar este país”

Em Minas Gerais, ao lado de Alexandre Kalil, Lula volta a assumir compromisso com os mais pobres e presta homenagem a Bruno Pereira e Dom Phillips

Ricardo Stuckert

Lula e o pré-candidato ao governo de Minas Gerais Alexandre Kalil

Ao participar do lançamento da pré-candidatura de Alexandre Kalil (PSD) ao governo de Minas Gerais, em ato público na cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, Lula voltou a assumir o compromisso de, caso seja eleito, governar priorizando a distribuição de renda e o combate à fome, como fez quando foi presidente.

“A minha guerra é contra a fome”, disse ao público, recordando a frase que pronunciou quando se recusou a envolver o Brasil na guerra entre Estados Unidos e Iraque, em 2003. E prosseguiu garantindo que é possível tirar, novamente, o Brasil do Mapa da Fome. 

“Como é que nós vamos vencer essa guerra? É tentando ter o mínimo de inteligência, que talvez a gente não aprenda numa universidade, a gente aprende no nosso cotidiano. Eu aprendi dentro de uma fábrica, que é preciso fazer com que as pessoas mais humildes ganhem um pouco mais e as pessoas muito mais ricas ganhem um pouco menos. É repartir o pão, para que todo mundo tenha o direito de comer um pedaço desse pão”, discursou.

Para isso, disse o ex-presidente, é preciso retomar as políticas que foram desmontadas após o impeachment fraudulento contra Dilma Rousseff. “Vamos provar, outra vez, que o povo trabalhador e um metalúrgico vão consertar este país”, garantiu.

“A gente não tem que ter medo. A gente tem que levantar a cabeça e ter orgulho daquilo que a gente fez. Pode ter certeza: o salário mínimo vai voltar a aumentar, o povo vai voltar a comer, o povo vai poder voltar a viver dignamente”, completou.

Direitos indígenas

Lula começou seu discurso prestando homenagem ao indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips, assassinados na Amazônia (leia nota de pesar de Lula e Alckmin), e acrescentou que, se voltar a governar, vai retomar as demarcações de terras dos povos originários e coibir o garimpo nessas áreas.

O ex-presidente também condenou as agressões feitas aos manifestantes, que foram atacados por meio de um drone que lançou uma substância química sobre o público, e voltou a criticar a violência e as ameaças de golpes que partem constantemente do bolsonarismo.

“Não adianta falar de general, de soldado, de militar. Sabe por quê? Porque o povo brasileiro vai dar um golpe pelas urnas em 2 de outubro e é o povo que vai tirar essa coisa da Presidência da República para que a gente possa viver tranquilamente e feliz da vida. Então, não adianta fazer provocação, não adianta fazer outdoor, não adianta fazer drone, não adianta jogar bobagem para cá”, avisou Lula.

Kalil prestigiado

Lideranças do país todo foram prestigiar a pré-candidatura de Kalil. Estavam presentes e também discursaram o pré-candidato a vice-governador de Minas André Quintão (PT); a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR); o líder do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes (PT-MG); o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP); o senador Alexandre Silveira (PSD-MG); o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado estadual Agostinho Patrus (PSD); a vereadora Dandara (PT-MG); e o ex-prefeito de Ublerlândia Gilmar Machado (PT).

Alexandre Kalil falou logo antes de Lula e disse que o Brasil vive um dilema histórico. “Ou nós vamos eleger quem tem coração e tem olhar humano ou nós vamos entregar este país para essa corja de desumanos”, observou.

“Eu preciso que levem meu nome para esse Triângulo inteiro, agora o que é fundamental, que é a sobrevivência de nós todos, é a eleição do presidente Lula para a Presidência da República. Essa é uma questão de sobrevivência”, acrescentou Kalil.

Já o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato à Vice-Presidência ao lado de Lula, frisou que o Brasil precisa retomar sua democracia. “A primeira razão de nós estarmos juntos com o presidente Lula é para salvar a democracia brasileira. O Brasil precisa de Lula para salvar a democracia. O Brasil precisa do Lula para voltar a crescer”, disse.

Da Redação

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