Lula expande parceria entre Embraer e Força Aérea Portuguesa

Além de fornecer aviões militares de transporte, empresa brasileira passará a fabricar o caça A-29N Super Tucano em Portugal, ampliando as possibilidades de negócios com toda a Europa

Ricardo Stuckert/PR

Lula e o primeiro-ministro português, António Costa, diante da aeronave KC-390

Lula conheceu, nesta segunda-feira (24), o fruto de uma semente que ele mesmo plantou, anos atrás, durante seu segundo mandato como presidente da República. 

Após participar do Fórum Empresarial Portugal-Brasil, em Matosinhos, ele e o primeiro-ministro português, António Costa, regressaram a Lisboa a bordo da aeronave KC-390, fabricada pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) para a Força Aérea Portuguesa (FAP).

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Avião de transporte militar, o KC-390 é resultado de uma parceria firmada entre os dois países em 2010. Construído pela Embraer, conta com parte das peças fabricada em Portugal, que atuou também na certificação internacional do modelo.

O avião que transportou Lula e Costa é o primeiro dos cinco que Portugal comprará do Brasil pelo montante de 872 milhões de euros. A aeronave também já atrai o interesse de outras nações.

Políticas de parceria

Os dois países, aliás, aproveitaram a visita de Lula para expandir a parceria nessa área. Após pousarem em Lisboa, o presidente brasileiro e o primeiro-ministro português assinaram um acordo para que a Embraer produza em Portugal o caça A-29N Super Tucano.

O acordo prevê a adaptação da aeronave aos padrões exigidos pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Assim, será possível para a empresa brasileira usar a parceria com Portugal como uma porta de entrada para a venda dos aviões na Europa.

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“Essas duas parcerias são só um exemplo do muito que podemos fazer em conjunto”, disse António Costa. Lula, por sua vez, disse que “o Brasil voltou” e quer ampliar suas parcerias internacionais.

“Quando dizemos que o Brasil voltou é porque estivemos afastados do mundo nos últimos seis anos. O Brasil está preparado para voltar a ser um país grande, um país importante, um país atraente. E quer construir, definitivamente, políticas de parceria”, disse.

RÁDIO PT · DISCURSO – Lula participa de Fórum Empresarial em Portugal. (24-04-23)

Fórum empresarial

Os discursos de Lula e Costa (assista abaixo) ocorreram durante o Fórum Empresarial Portugal-Brasil: Parcerias para a Inovação, que reuniu cerca de 200 empresários dos dois países. 

O objetivo do fórum é ampliar a parceria entre empresas brasileiras e portuguesas em áreas como transição energética, saúde, mobilidade e criação de startups.

Os presentes participaram de rodadas de networking e visitas técnicas a centros de desenvolvimento tecnológico e a uma empresa ligada à área de mobilidade para cidades inteligentes. Um encontro semelhante deve ocorrer em 2024, desta vez, no Brasil.

No início do evento, a ApexBrasil e a Agência para o Investimento e Comércio de Portugal (Aicep) assinaram um memorando de entendimentos com dois objetivos: Aumentar e diversificar o comércio bilateral, com destaque para o apoio a pequenas e médias empresas e startups, e o desenvolvimento de ações conjuntas com foco também na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, enfatizou ainda que seguirá a orientação do presidente Lula para que um escritório da agência seja aberto o quanto antes em Portugal. “O presidente me orientou que devemos trabalhar para termos o mais rápido possível a presença da Apex em Portugal e trabalhando com a CPLP”, disse Viana, referindo-se à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Jorge Viana falou sobre a importância do fortalecimento das relações entre os dois países e citou números do fluxo comercial entre Brasil e Portugal, que tendem a crescer daqui para frente. “Nos primeiros dois governos do presidente Lula, o fluxo comercial de Portugal com o Brasil aumentou de perto de US$ 700 milhões para US$ 2,7 bilhões. As exportações de Portugal saíram de US$ 100 milhões e alcançaram US$ 1 bilhão”, lembrou.

“Agora, o fluxo chegou a US$ 5,3 bilhões em 2022. Houve crescimento, é fato. Mas muito vinculado a exportação de petróleo, e não de produtos de manufatura, que geram empregos de parte a parte. O compromisso é trazer de volta o período de prosperidade que a relação entre os países já viveu”, afirmou o presidente da ApexBrasil.

Da Redação, com Palácio do Planalto

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