Lula pede mobilização sem trégua para derrotar a mentira e reconstruir o país

“Temos de mostrar o que fizemos e o que será feito na questão econômica, na saúde”, disse Lula, em encontro com comunicadores e lideranças do PT e partidos aliados, nesta terça (18)

Lula: "Não podemos ficar apenas rebatendo as mentiras deles, é preciso, ao rebater, que a gente passe as nossas mensagens, de coisas positivas" (Foto: Ricardo Stuckert)

Na reta final da campanha presidencial, a disputa eleitoral para derrotar o fascismo deverá ser feita em todos os espaços, nas ruas e nas redes, com propostas de governo e realizações dos governos do PT. A convocação foi feita nesta terça-feira (18), pelo ex-presidente Lula, em uma reunião online com comunicadores e lideranças do PT e de partidos aliados. A primeira parte do encontro, que foi transmitido pela TvPT e pelas redes de Lula, reuniu mais de 23 mil participantes.

Lula enfatizou que não se deve perder tempo apenas rebatendo fake news bolsonaristas, é preciso impor uma agenda de propostas e informações sobre os legados das gestões petistas. “Todos nós sabemos que estamos enfrentando um cidadão anormal, que faz da mentira a sua forma de fazer política”, alertou Lula.

“Simone Tebet disse algo sagrado, não podemos ficar apenas rebatendo as mentiras deles, é preciso, ao rebater, que a gente passe as nossas mensagens, de coisas positivas”, pediu Lula. “Parte das coisas que estão nas propostas de governo, parte do que já fizemos”, defendeu.

“É preciso que a gente coloque, em cada resposta a uma crítica, uma proposta para que o povo saiba que nós sabemos o que fazer quando ganharmos as eleições”, justificou Lula. “Não podemos ficar como alvo, com um escudo, tentando rebater as críticas. Temos de mostrar o que foi feito na questão econômica, na saúde, meio ambiente, passamos a ser referência ao mundo na questão climática”.

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Esforços dos comunicadores

Lula agradeceu todos os esforços dos comunicadores no primeiro turno e na atual fase da campanha. “Espero que a gente consiga organizar as forças democráticas nesse país para enfrentar o negacionismo, a barbárie, o fascismo que tentam implantar no país e em outros países do mundo”, disse. O Bolsonaro não está sozinho, está ligado a uma corrente de extrema direita no mundo”.

“Nossa luta agora é mais do que fizemos no primeiro turno. Como faltam apenas 12 dias, temos de suspender todas as nossas horas vagas para nos integrarmos à campanha. “O partido tem de orientar a militância a apresentar propostas. Essas eleições dependem muito do esforço de cada um de vocês nesses 12 dias. Espero que possam dedicar seu tempo para que a gente possa destruir essa maquina de contar mentira que foi criada no Brasil a partir de 2018”, orientou Lula.

Democracia em risco

A presidenta Nacional do PT Gleisi Hoffmann reiterou que o país corre o risco de ter a democracia destruída caso Bolsonaro vença as eleições. “Daí a importância de todos os que lutam por democracia e sempre apoiaram o processo democrático estarem unidos nessa caminhada”, reforçou  Gleisi.

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Gleisi informou que os partidos acionaram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tomar medidas contra a indústria de fase news em ação na campanha. “Não é desorganizado, muito pelo contrário, tem um grupo de cerca de 40 pessoas que discutem, organizam e fazer o disparo de mentiras e mensagens de forma ordenada. E é isso que precisa ser enfrentado”, lembrou a petista.

“Temos de estar alertas, não enfrentaremos coisa pequena nessa reta final, já sabemos como eles jogam. Vamos ficar alertas para fazer um enfrentamento e levar a verdade ao povo brasileiro”.

Ações coordenadas

O deputado federal (Avante-MG) André Janones defendeu ações coordenadas na campanha, centralizadas, a partir de um discurso unificado. “É ilusão achar que eles só trabalham com robôs, o bolsonarimo 2.0 trabalha com robôs humanos”, elaborou Janones.

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Janones disse que não se deve perder o foco em quem é o adversário de fato, Jair Bolsonaro, não seus apoiadores. Para ele, é preciso comunicar no ambiente correto para atingir os indecisos, principalmente aqueles que votaram em Simone Tebet. 

Retrocessos civilizatórios

“No primeiro dia, quando saiu o resultado das urnas, eu disse ao meu partido que já tinha tomado uma decisão: não havia opção a não ser seguir o caminho da democracia”, relatou a senadora Simone Tebet (MDB-MT). 

“Estou qui porque vejo no presidente Lula um democrata e vejo no Bolsonaro todos os retrocessos civilizatórios que temos de combater”, declarou.

Ela afirmou que é preciso focar nos eleitores indecisos. “Eu e Ciro representamos quase 8,5 milhões de homens e mulheres que não votaram em Lula e ainda me surpreende o quanto o nosso eleitor ainda está um pouco indeciso e um pouco influenciado por fake news e pelo um medo”.

Construção da vitória

A liderança do PCdoB e ex candidata a vice-presidente na chapa de Fernando Haddad em 2018, Manuella D’Ávilla afirmou que a tarefa de todos os comunicadores e influenciadores digitais será “garantir a derrota de Bolsonaro, a construção da nossa vitória e a abertura de novos caminhos ao Brasil, comandado por Lula e Alckmin”.

“É preciso haver uma mobilização pelo voto dos indecisos, explicar para a população sobre desmatamento, corrupção, sobre propostas para a saúde, o que fizemos na educação e o que vamos fazer para combater a fome e construir um futuro ao povo brasileiro”, sugeriu Manuella.

Adversário criminoso

“Estamos diante de um adversário atroz, difícil e criminoso”, alertou o coordenador de campanha e senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP). A estrutura montada pelo bolsonarismo é poderosíssima e nós estamos combatendo em todas as áreas”.

“Nada é mais efetivo do que a atuação de todos vocês. Tirem esses nove, dez dias que faltam, porque a atuação de vocês nas redes sociais vale a manutenção do nosso regime democrático”, conclamou Rodrigues.

Guerra santa

“Nosso adversário quer transformar as eleições em uma espécie de guerra santa, de costumes, em uma batalha que não tem a ver com o futuro do Brasil”, interveio o deputado federal eleito por São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL).

“Precisamos falar do Brasil real para milhões de brasileiros e brasileiras que convivem com a fome, o desemprego, a com falta de investimento em educação e de oportunidades”, ressaltou. “Temos de ter antídotos rápidos de repostas às fake news. Temos de responder em qualquer ambiente que seja, desmentindo fake news em tempo real, para que elas não cresçam”.

Máfia

“Estamos enfrentando uma máfia, com muito dinheiro, inclusive de fora do Brasil”, alertou Carlos Lupi, presidente do PDT. “Temos de ter, cada vez mais, agilidade e uniformidade nas respostas, disse, em concordância com Janones. “É fundamental para conter os danos que eles possam causar”.

Lupi condenou o comportamento de Bolsonaro na pandemia e sugeriu que o assunto seja tratado nas redes sempre que possível. “As mortes, a negligência, as gozações dele, isso toca nas bases de Bolsonaro”.

Da Redação

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