Lula será candidato em 2018, não tem outro plano, defende Gleisi
Gleisi falou em lançamento da plataforma Brasil que o Povo Quer em Porto Alegre. A presidenta eleita Dilma Rousseff também discursou no evento
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o único plano do Partido dos Trabalhadores para as eleições presidenciais de 2018. A afirmação foi feita pela presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann, durante lançamento da plataforma Brasil que o Povo Quer em Porto Alegre, nesta quinta-feira (9).
“O registro da candidatura será feito no dia 13 de agosto. Mesmo que o TRF4 confirme, em segunda instância, a sentença de Moro, teremos ainda todo o processo de embargos e o recurso ao Supremo Tribunal Federal, que já tem várias decisões autorizando candidatos condenados em segunda instância a concorrer. Lula é o nosso candidato a presidente em 2018. Não tem outro plano”, explicou.
Para ela, é preciso lutar para garantir as eleições de 2018 livres e democráticas. “Nós corremos o risco de ter um processo eleitoral complicado ou até de ele não existir”, disse.
A presidenta eleita Dilma Rousseff (PT) também falou no evento. Dilma concordou que não existe um plano B para 2018 e destacou que Lula estará na eleição. “Lula tem uma frase de raro brilho: eu estarei na eleição, vivo ou morto, preso ou solto, condenado ou absolvido’”, disse ela. “Lula vai chegar sim com campanha na TV, com campanhas na rua, no dias das eleições e somos nós que vamos garantir essa luta”, reforçou Gleisi.
A presidenta Gleisi falou sobre o projeto Brasil que o Povo Quer. Por todo o Brasil, o PT tem lançado essa plataforma, que permite um debate amplo com a sociedade e com o próprio partido para a elaboração de um programa de governo. “A ideia é fazer o debate com a população e envolver o partido e a academia. E a partir desse diagnóstico, mostrar para o povo brasileiro que é possível resistir, lutar e apresentar ao país um projeto de desenvolvimento”, disse ela.
A presidenta do PT afirmou que é necessário uma grande aliança da centro-esquerda para o processo eleitoral do próximo ano, incluindo nessa luta todos os movimentos sociais e sindicatos. “Nós vamos conversar com esses partidos, fazer uma aliança de centro esquerda nacional com um projeto para o Brasil”, disse.
Golpe e retrocesso
Para Dilma, o impeachment foi visivelmente um golpe parlamentar e midiático, com participação de segmentos empresariais “O pato amarelo é o maior símbolo desses segmentos”, disse. Além disso, uma parte das corporações jurídicas do país também participaram do golpe.
“Deram o golpe porque nós tinhamos derrotado quatro vezes nas urnas um projeto oposto ao nosso”, disse Dilma. “A derrota de 2014 tirava do horizonte a possibilidade dessas forças terem uma vitória a partir do voto popular.”
Para ela, a segunda etapa do golpe envolve uma agenda de retrocessos. Essa agenda, diz ela, inclui a desregulamentação do mercado de trabalho, com a reforma trabalhista, que entra em vigor no sábado, dia 11 de novembro, o aumento da privatização e a transferência da previdência para o mercado privado.
“A gente fica muito estarrecido com os retrocessos que assistimos no Brasil”, afirmou Gleisi. A presidenta do PT lembrou que nos últimos 30 anos, o Brasil passou por avanços, desde a aprovação da Constituição Cidadã de 1988 até os 13 anos do PT à frente do governo.
Segundo ela, há um processo internacional de recrudescimento de direitos que atingiu o Brasil. “Vamos voltar a ter gente ganhando menos que um salário mínimo”, disse. Ela lembrou dos drásticos cortes orçamentários, como o SUAS (Sistema Único de Assistência Social), que sofreu cortes de 97%.
Para Gleisi, o povo voltou a depositar sua esperança de mudança no PT. “Temos uma grande responsabilidade, que é reafirmar o nosso compromisso com a sociedade brasileira. Temos que fortalecer um projeto para o Brasil. Defender a democracia representativa. E garantir as liberdades que são fundamentais para uma sociedade justa, igualitária e fraterna”, disse ela.
Da Redação da Agência PT de Notícias