Medidas golpistas têm risco de se tornar permanentes, alerta Dilma

Em Teresina (PI), presidenta afirma que resistência ao golpe é um dever, e menciona parecer do MP que a inocenta: “Pedaladas só na minha bicicleta”

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Em ato realizado pela Frente Brasil Popular em Teresina (PI) nessa sexta (15), a presidenta eleita Dilma Rousseff afirmou que sua posição de resistência diante do golpe é “um dever com os votos da população”.

De acordo com ela, a volta à normalidade democrática é a garantia que medidas contra o povo não se tornem permanentes.

“Se eu não voltar, as medidas do governo ilegítimo se tornarão permanentes. E eu pergunto: alguém votou para que a educação e a saúde não tenham recursos para atender aos que precisam? Tenho certeza que não”, afirmou à multidão de apoiadores.

A presidenta destacou que desta vez não estava na cidade, como em outras ocasiões, para inaugurar mais um programa bem sucedido, mas para lutar pelos direitos conquistados nos últimos 13 anos.

Em seu discurso, Dilma lembrou da fala do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, que defendeu mudanças na Previdência e nas leis trabalhistas. Ele sugeriu implementar uma jornada de 80 horas semanais para o trabalhador – depois disse que foi mal interpretado.

“Só em um ambiente em que direitos sociais e coletivos não importam alguém ousa falar algo assim [aumento da jornada de trabalho]”

“Mesmo que a ideia do aumento da jornada de trabalho para 80 horas seja retirada por eles, só em um ambiente em que direitos sociais e coletivos não importam alguém ousa falar algo assim. É a volta da escravidão. É a trabalhador não ter tempo para a família, não ter direito a nada. Essa é uma das razões do golpe. Através de eleições diretas, nenhum de nós os elegeria para qualquer cargo público neste país, quanto mais para a Presidência da República”, afirmou Dilma.

Para ela, é importante seguir denunciando o golpe: “Porque a palavra ‘golpe’ tem poder de revelar, denunciar, de esclarecer. Eles dizem que golpe é aquilo que aconteceu no Brasil na época da Ditadura Militar, então hoje, se não tem ditadura, não é golpe. Mas é golpe sim!”, afirmou.

Pedaladas só na bicicleta

Outro ponto enfatizado pela presidenta foi o laudo do Ministério Público (MP) que a inocenta de supostas pedaladas fiscais. “Temos dito que é golpe. Pois é. Não houve crime de responsabilidade. A decisão do MP foi de que não houve pedalada. Passaram dois anos me acusando e, agora, o Ministério Público diz: “olha, não tem pedalada não”. Tirando as da bicicleta que eu ando, não tem pedalada”, brincou.

A presidenta legítima também citou os áudios vazados de Romero Jucá (PMDB) onde fica claro que houve uma combinação para tirá-la do cargo: “No áudio ele diz que tinha que me tirar para impedir que as investigações continuassem”.

Dilma também criticou as ideias impopulares do presidente golpista para a economia. “É como se uma família, na primeira dificuldade financeira, cortasse a escola das crianças, acabasse com a ida dos meninos ao médico. E a privatização é como se dentro da nossa casa, na primeira dificuldade, a gente vendesse o sofá, a geladeira, o fogão e até os talheres”. 

Assista ao discurso na íntegra:

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Rede Brasil Atual

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