Mídia internacional destaca estudantes como força de oposição a Bolsonaro

O diário britânico The Guardian, conta que os manifestantes marcharam para condenar as medidas altamente controversas de Bolsonaro

Os meios internacionais deram bastante repercussão às manifestações brasileiras desta quinta-feira (30), e alguns deles foram além e usaram a segunda jornada de marchas contra o bloqueio de recursos às universidades e escolas técnicas como argumento para defender que os estudantes se erguem como uma das principais forças opositoras ao governo de Jair Bolsonaro.

Foi o caso, por exemplo, do canal de notícias russo RT em sua versão em espanhol, destaca uma entrevista com o diretor da UNE (União Nacional dos Estudantes), Iago Campos, na qual ele diz que “depois de uma eleição onde sobressaíram as ideias mais reacionárias, a oposição política passou por um período de instabilidade, e com estas nossas manifestações talvez possa se iniciar uma reorganização do setor”. O portal russo também fala que a jornada desta quinta-feira mobilizou ao menos 150 cidades brasileiras, e que serviram como prelúdio de uma greve geral, marcada para o próximo 14 de junho.

Já o famoso diário britânico The Guardian, conta que “de norte a sul do país, das cidades da Amazônia até as pequenas cidades no extremo sul do Brasil, os manifestantes marcharam para condenar as medidas altamente controversas de Bolsonaro, ao cortar o financiamento da educação pública e da ciência”.

Por sua parte, o diário catalão La Vanguardia destaca que os protestos estudantis no Brasil são uma resposta não só aos cortes nos recursos como também “a uma cruzada que o Ministério da Educação deste país decidiu impulsar contra o que chama de `marxismo cultural´, e que estaria presente nas escolas e universidades”.

O canal árabe Al Jazeera publicou uma reportagem do correspondente Daniel Schweimler, na qual ele entrevista estudantes e professores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), e afirma que as políticas do atual governo, segundo os especialistas locais, não significam somente um sucateamento da educação pública como também um ataque ao livre pensamento nas instituições de ensino.

Finalmente, o jornal argentino Página/12 concluiu que “o panorama observado no final da jornada e mostrou a capacidade de mobilização das organizações estudantis e de professores, mantendo a vitalidade mostrada no dia 15 de maio, mesmo que não tenha atingido os 1,5 milhão ou 2 milhões de participantes, como naquela vez”.

Por Revista Fórum

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