Ministério da Saúde lança campanha de combate e prevenção às arboviroses
Mesmo diante da redução de 75% nos casos de dengue neste ano, governo Lula adota medidas para evitar a disseminação da doença. Ações também buscam prevenir a zika e chikungunya
Publicado em
O governo federal segue atento ao combate às arboviroses mesmo diante da grande redução de casos de 2024 para 2025. O combate ao Aedes Aegypti ganhou novo reforço com a o lançamento da campanha nacional “Não dê chance para dengue, zika e chikungunya” pelo Ministério da Saúde, que anunciou também a liberação de mais R$ 183,5 milhões a serem investidos em novas tecnologias de controle vetorial no país.
Todo o trabalho de prevenção está começando antes do período de maior transmissão e outra importante ação é o Dia D da Dengue no próximo sábado (8). Com o lema “Contra o mosquito, todos do mesmo lado”, a campanha mobilizará profissionais de saúde, gestores públicos e a população para eliminar criadouros e conscientizar os moradores para a responsabilidade coletiva.
Todas as medidas de combate às arboviroses foram anunciadas nesta segunda-feira (3) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que também apresentou dados do cenário epidemiológico brasileiro. Ele enfatizou que mesmo com a redução de 75% nos casos de dengue em 2025, em comparação com 2024, as ações combate ao Aedes Aegypti vão continuar.
Leia mais – Governo Lula expande Agora Tem Especialistas aos estados do PA, CE e PE, além do DF
“Mesmo com essa melhora, não podemos baixar a guarda. A dengue continua sendo a principal endemia do país e o impacto das mudanças climáticas amplia o risco de transmissão em regiões onde antes o mosquito não existia”, asseverou Padilha.
Outras frentes de combate são a atuação da Força Nacional do SUS e também o incremento da fabricação da vacina contra a dengue iniciada em 2024. Em parceria com a China, a meta do governo brasileiro é a produção em larga escala pelo Instituto Butantan, com capacidade para 40 milhões ou mais de doses a partir de 2026. A expectativa é que a Anvisa conceda até dezembro o registro da vacina 100% brasileira, que será o maior programa público de imunização contra a dengue do país.
Tecnologia contra arboviroses
Com os quase R$ 184 milhões anunciados pelo ministro Padilha a meta é ampliar o uso de tecnologias de controle vetorial para redução da capacidade de transmissão por meio do método Wolbachia, que será levado a 13 cidades ainda em 2025. Ele já funciona em 12 municípios e o ministério quer levá-lo a outras 57.
A tecnologia se baseia na produção de mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia, que bloqueia o desenvolvimento dos vírus dentro do Aedes Aegypti, impedindo a transmissão.
Primeira cidade a ter 100% da área coberta pelo método, Niterói (RJ) apresentou resultados alentadores, com a redução de 89% nos casos de dengue e 60% de chikungunya. A cidade terá Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDL), a técnica do inseto estéril e a borrifação residual intradomiciliar, com aplicação de inseticida de longa duração dentro das residências. Cerca de 78 mil EDLs já foram instaladas em 26 municípios.
Curitiba (PR) tem a maior biofábrica de Wolbachia do mundo, com produção de 100 milhões de ovos por semana.
Força Nacional do SUS em ação
Outro grande avanço para o controle das arboviroses é engajamento da Força Nacional do SUS (FN-SUS) que tem capacidade para apoiar a instalação de até 150 centros de hidratação em cidades com alta incidência de casos.
Leia mais – Covid-19: país supera negacionismo e avança na produção de vacina 100% nacional
O ministério está distribuindo 2,3 milhões de sais de reidratação oral, 1,3 milhão de testes laboratoriais para diagnóstico e 1,2 mil nebulizadores portáteis para bloqueio da transmissão, além do fornecimento contínuo de larvicidas e adulticidas.
Vacinas
Com a vacinação contra a dengue iniciada em 2024, o Brasil foi o primeiro país a oferecer o imunizante no sistema público de saúde. Mais de 10,3 milhões de doses foram enviadas aos estados até outubro de 2025, e outras 9 milhões estão previstas para 2026. A vacinação prioriza crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em 2.752 municípios com maior risco para a doença.
Em visita à China em outubro, Padilha estreitou a parceria com a WuXi Biologics para a produção em larga escala da vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan.
O Ministério da Saúde orienta a população a usar telas em janelas e repelentes em áreas de transmissão reconhecida, fazer a remoção de recipientes que possam se tornar criadouros, vedar reservatórios e caixas d’água, limpar calhas, lajes e ralos e aderir às ações de prevenção e controle realizadas pelos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS).
SP é o campeão de casos
O Ministério da Saúde está também divulgando o novo mapeamento entomológico, que identifica áreas de alerta e risco em mais de três mil municípios.
O estado com maior número de casos é São Paulo com 55% das ocorrências. Minas Gerais vem em segundo lugar com 9,8%, Paraná teve 6,6%, Goiás 5,9% e Rio Grande do Sul 5,2%. Foram registradas 1600 mortes por dengue, uma redução de 72% em relação a 2024.
O Brasil tem 30% dos municípios em situação de alerta para dengue, chikungunya e zika, de acordo com o 3º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), realizado entre agosto e outubro de 2025 em 3.223 municípios.
Na avaliação do ministério, os estados com mais chances de incidência das arboviroses estão no Centro-Oeste, Nordeste e Norte, com destaque para Ceará, Tocantins e Mato Grosso do Sul.
Da Redação, com informações da Agência Gov
