MP pede quebra de sigilo de Salles após aumento de patrimônio de 600%

Entre 2012 e 2018, patrimônio do ministro de Bolsonaro subiu de R$ 1,5 mi para R$ 8,8 mi; Salles já foi condenado por improbidade administrativa

Marcos Correa/Agência Brasil

Mentiras em sua formação, amigo da bancada ruralista, uso indevido de aviões oficiais e descaso com a Amazônia. Esse é o currículo de Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, questionado por sua competência desde que foi indicado ao cargo por Jair Bolsonaro (PSL). Como se os deslizes acima não fossem suficientes, a investigação sobre enriquecimento ilícito de Salles está avançando.

Ricardo Dias Leme, procurador de Justiça de São Paulo apresentou parecer favorável à quebra de sigilo bancário e fiscal de Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente. O ministro é investigado por possível enriquecimento ilícito, o que explicaria o aumento de mais de 600% em seu patrimônio entre 2012 e 2018. Em apenas 6 anos, o patrimônio de Salles saltou de R$ 1,45 milhão para incríveis R$ 8,8 milhões.

No parecer, o procurador questionou o enriquecimento suspeito do atual ministro: “É no mínimo curioso que alguém que recebeu a média de R$ 1.500 de rendimentos mensais da advocacia em 2013, antes de assumir o cargo de secretário particular do governador, que não possuía rendimentos superiores a cerca de R$ 12.445 líquidos em agosto de 2014, possa ter tido uma variação patrimonial de 604% entre 2012 e 2018, tendo passado 13 meses e meio (07/2016 a 08/2017) exercendo cargo público no qual percebia uma remuneração média de R$ 18.413,42 e estava impedido de advogar”.

Dias Leme também destacou o passado imoral de Salles, condenado por improbidade administrativa em 2018. O atual ministro cometeu fraude na elaboração do plano de manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) Várzea do Tietê em 2016, beneficiando mineradoras e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O crime foi cometido quando ele era secretário de Meio Ambiente do governo de Geraldo Alckmin (PSDB).

Adepto da mamata

 

Em menos de um ano, Ricardo Salles já se envolveu em inúmeros escândalos. À frente do Ministério do Meio Ambiente, pouco fez para proteger a Amazônia, destruída pelo desmatamento e pelas queimadas, até incentivadas por ele. Tamanho descaso com as florestas brasileiras levou o ministro a ser “homenageado”: ganhou o prêmio de “Exterminador do Futuro”.

A extinção da Amazônia já virou projeto de governo. E Salles tem boas relações justamente com aqueles que mais tem interesse em acabar com as florestas. Nos primeiros seis meses do ano, dez deputados e senadores da bancada ruralista pegaram carona com Salles nos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). O uso indevido de aviões da FAB já é uma prática comum no atual governo.

Os privilégios dos ruralistas e a ineficiência em proteger a Amazônia chamaram a atenção do mundo inteiro, preocupado com a atual gestão do Ministério do Meio Ambiente. A caótica situação levou o MInistério Público Federal (MPF) a divulgar uma série de recomendações para Salles, que tinha 30 dias para colocar em prática as sugestões. O documento do MPF listava 13 ações e procedimentos para que o ministro começasse a “trabalhar pelo meio ambiente”.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Estado de S. Paulo

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