Mulheres do Ceará com Dilma repudiam machismo nas redes sociais

Em manifesto, o movimento pede que atitudes desrespeitosas contra as mulheres na Internet sejam devidamente punidas e combatidas

O movimento Mulheres do Ceará com Dilma lançou, no último dia 3 de setembro, um manifesto em repúdio à violência contra as mulheres nas redes sociais.

O documento relembra casos de machismo e misoginia nas redes, principalmente contra a presidenta Dilma Rousseff, que acaba por atingir todas as mulheres em sua integridade física e sexual.

No manifesto, as mulheres pedem que atitudes desrespeitosas contra as mulheres na Internet sejam devidamente punidas e combatidas.

“Estamos denunciando esse tipo de violência contra a mulher na Polícia Federal e Ministério Público, para que as redes sociais não se transformem em equipamentos disseminadores da intolerância e do ódio”, afirma o texto.

Confira o manifesto na íntegra:

Manifesto do movimento Mulheres do Ceará com Dilma em repúdio à violência contra as mulheres nas redes sociais
 
A crescente banalização da violência contra a mulher na sociedade tem facilitado a veiculação de conteúdos que propiciam cada vez mais o fortalecimento do machismo e da misoginia nas redes sociais. Por parecer uma área em que prevalece a impunidade, alguns usuários utilizam esse importante meio de comunicação para deturpá-lo e destilar ódio, incentivando o preconceito e a discriminação sexista. Frequentemente nos deparamos com imagens femininas sendo submetidas a exposições pornográficas, montagens desrespeitosas, injuria racial, homofobia, simulação e incentivo ao estupro e até ameaças de morte.
 
As mulheres brasileiras, ainda não refeitas da divulgação de um repugnante adesivo que simulava um estupro da presidenta Dilma Rousseff com uma bomba de gasolina, o qual denunciamos e que foi retirado de circulação, depararam-se no dia 25 de agosto de 2015 com um vídeo, postado no Youtube, no qual um advogado anuncia que, se a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, não renunciar ao cargo ou se suicidar, irá cortar sua cabeça (https://www.youtube.com/watch?v=voe9aMr0dbo).

Registram-se expressivas e recorrentes ameaças dirigidas à presidenta Dilma nas redes sociais. A figura de uma mulher independente comandando o Brasil, além dos padrões femininos aceitos pelo senso comum, parece encontrar um grande número de opositores.

O vídeo que pede a decapitação de Dilma Rousseff configura-se como a mais direta ameaça de morte feita à Presidenta da Republica do Brasil até os dias de hoje através dessa plataforma virtual. Esse ataque envolve múltiplas dimensões de violência – a política, a de gênero, a institucional, a física – e vai além de violações dos direitos da pessoa humana. Tanto o adesivo quanto os vídeos (este mesmo advogado já publicou outros vídeos ameaçando Dilma) pretendem desmoralizar a presidência da República – através da representante maior dessa instituição.

Nós, mulheres, nos sentindo atingidas em nossa integridade física e sexual, consideramos que os crimes de incitação à violência contra a mulher na Internet são extremamente perigosos, pois além de tratar de maneira degradante a imagem feminina, tornam possível uma grave expansão de atos criminosos que influenciam um enorme grupo de pessoas.

Desta forma, estamos denunciando esse tipo de violência contra a mulher na Polícia Federal e Ministério Público, para que as redes sociais não se transformem em equipamentos disseminadores da intolerância e do ódio. Exigimos que atitudes desrespeitosas contra as mulheres na Internet sejam devidamente punidas e combatidas.

Fortaleza, 03 de setembro de 2015

Da Redação da Agência PT de Notícias

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