Na ONU, Mauro Vieira condena genocídio em Gaza e defende Estado Palestino
“Quando confrontadas com alegações credíveis de genocídio, invocar a Lei internacional não é suficiente, temos que aplicá-la com determinação”, afirmou o chanceler, durante Conferência da Assembleia Geral
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À medida que avança o impiedoso morticínio de Israel sobre a população civil na Faixa de Gaza, o mundo assiste, horrorizado, imagens de crianças palestinas agonizando e sucumbindo ao terror da fome, imposto pelo bloqueio das atividades das organizações de ajuda humanitária que atuam na região. Em meio ao massacre, as Nações Unidas promoveram, na segunda-feira (28), em Nova York, a Conferência Internacional para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados. Na conferência, convocada pela Assembleia Geral da ONU, o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira fez um duro discurso contra os crimes de guerra de Benjamin Netanyahu e denunciou a tática de extermínio do primeiro-ministro israelense.
As seguidas violações do direito internacional foram alvo das críticas do chanceler. “Quando confrontadas com alegações credíveis de genocídio, invocar a Lei internacional não é suficiente, temos que aplicá-la com determinação”, defendeu Vieira, no discurso na sede da ONU em Nova York.
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De acordo com o governo brasileiro, o Brasil copresidiu, junto com Senegal, um dos oito grupos de trabalho da Conferência. O foco foi a promoção do respeito ao direito internacional com vistas à implementação da solução de dois Estados.
Por intermédio do ministro, o Brasil elencou às autoridades dos mais de 55 países representados na conferência, além de altos representantes de organismos internacionais como ONU, União Europeia e Liga Árabe, cinco medidas para a superação da guerra. As propostas foram acordadas após a apresentação de 96 ações sugeridas pelos envolvidos:
– O reconhecimento do Estado da Palestina e sua admissão como membro pleno da ONU;
– A distinção legal entre Israel e o território ocupado da Palestina;
– Oposição à anexação e expansão dos assentamentos;
– A garantia de proteção dos trabalhadores humanitários;
– Imposição de sanções contra assentadores violentos e contramedidas legais para evitar violações.
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Fome como arma de guerra
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou o uso da fome como estratégia de guerra, como Israel tem feito. “Os conflitos continuam a causar fome – de Gaza ao Sudão, e em outros lugares. A fome alimenta a instabilidade e compromete a paz. Nós nunca podemos aceitar que a fome seja usada como arma de guerra”, afirmou o secretário-geral.
Da Redação, com MRE e CNN
