Nem todo o marketing de Doria esconde os problemas da sua gestão

Prefeito é criticado até por colegas de partido. Nesta quarta, notícia sobre moradores de rua gerou críticas ao tucano. Veja abaixo 11 problemas da gestão

Cesar Ogata / SECOM

Prefeito João Dória em coletiva sobre mudanças nas marginais

Os primeiros meses do governo de João Doria (PSDB) em São Paulo estão demonstrando a farsa do “bom gestor”. Desde janeiro, a cidade acumula problemas causados pela má administração do tucano. A última crise foi noticiada nesta quarta-feira (19), pela “CBN”. A gestão Doria, apesar do frio intenso que tem feito em São Paulo, e da morte de um morador de rua pelo frio, acordou pessoas que dormiam em vias públicas com jatos de água para tentar dispersá-los.

Até o ex-presidente e colega de partido Fernando Henrique Cardoso (PSDB) atestou que João Doria é puro marketing e que, na prática, pouco fez por São Paulo.

Outra crítica foi de José Aníbal, tucano presidente do Instituto Teotônio Vilela, fundação ligada ao partido. Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Aníbal afirma que a cidade está piorando sob Doria e que o prefeito está “delirando”.

“João Doria é um prefeito desfocado. A cidade está piorando, os buracos aumentando, os faróis estão quebrados, o capim aumentando e ele desconhece isso. Esse cara está delirando. Precisa focar na Prefeitura e mostrar resultado. Tem gente tão ou mais competente do que ele pensando no Brasil”, disse ele, segundo o jornal.

Abaixo, elencamos algumas das malfeitorias de Doria na metrópole:

Massacre na Cracolândia

A ação do prefeito na Cracolândia demonstrou o desinteresse de João Doria pelos direitos humanos dos paulistanos.

Primeiro, o tucano acabou com o programa De Braços Abertos implantado pelo ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e que já havia ajudado muitos dependentes a encontrar um caminho fora do crack. O programa propunha um diálogo com os dependentes e oferecia emprego e moradia em hotéis do centro para quem quisesse participar.

Depois, Doria afirmou que iria “acabar com a Cracolândia”. Na prática, utilizando a força policial e a violência, o prefeito espalhou os moradores da região pelo centro expandido da cidade. A truculência foi tanta que a Secretária de Direitos Humanos Patricia Bezerra pediu exoneração.

Na ação, um prédio foi demolido com pessoas morando dentro. E em tudo isso, não houve nenhum “mea culpa” do prefeito.

Marginais

O ano começou com um “presente” de João Doria para a cidade: aumento da velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros, o que causou um aumento de acidentes e mortes nas principais vias expressas da cidade.

Segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, o aumento no número de acidentes foi de 51%. Aumentaram também os congestionamentos nas vias expressas.

Corujão da Saúde

Zerar a fila de agendamentos de exames foi outra promessa de João Doria. Enquanto se esforçava para reduzir a fila do ano anterior, porém, ele deixou crescer a fila de agendamentos deste ano, que está em quase 100 mil pedidos.

Além disso, segundo reportagem do jornal “Agora São Paulo”, a cidade enfrenta um problema de agendamentos de consultas médicas, só disponíveis para 2018.

Moradores de rua

A prefeitura tem jogado jatos de água em moradores de rua da região central, segundo notícia da rádio CBN. Em março, o prefeito também revogou decreto de Fernando Haddad (PT) que proibia agentes públicos de retirar pertences dos moradores. Desde então, guardas civis estão autorizados a retirar e levar embora cobertores e outros objetos dessa população, sem nenhuma contrapartida.

Doações de empresas

Uma das “marcas” de João Doria é a parceria com o setor privado. O tucano já anunciou um total de R$ 626 milhões de doações do setor privado para a prefeitura.

O problema é que, segundo reportagem da “Folha de S.Paulo”, só 8% desse total anunciado foi de fato efetivado. O resto ainda está só na promessa.

Em uma atitude pouco democrática, criticada pelo Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, João Doria atacou o repórter autor da matéria em vídeo publicado em suas redes sociais.

Cidade “Linda”

Doria lançou campanha marqueteira em que prometia a cidade “linda”. O que acontece é justamente o contrário: reportagem da “Folha de S.Paulo” revelou que a prefeitura simplesmente ignora três de cada quatro reclamações relacionadas a zeladoria feitas à administração, como entulho nas ruas, calçadas esburacadas e lixos.

Conforme o relato do jornal, os moradores de São Paulo concluem que o programa “parece abandonado”, já que em muitos pontos os problemas básicos como lixo nas ruas, matagal em terrenos e buracos nas vias permanecem.

Cidade Cinza

A gestão do PSDB destruiu o maior mural de arte urbana da América Latina, na avenida 23 de Maio. A prefeitura simplesmente pintou de cinza 15 mil metros de grafites e murais de mais de 200 artistas. Depois de uma tremenda repercussão negativa, interrompeu a ação temporariamente, mas colocou a Guarda Civil para prender artistas de rua.

Creches

Enquanto a gestão de Fernando Haddad criou 91 mil vagas na educação infantil, sendo 75 mil delas em creches, a gestão Doria diz ter criado apenas 4 mil.

Se manter esse ritmo, não vai alcançar nem metade do executado pelo prefeito petista.

Até agora, Doria não conseguiu inaugurar nem ao menos uma nova unidade, enquanto na gestão Haddad, foram 410 novas creches.

Cortes de programas e aumento de publicidade

Doria congelou grande parte do orçamento da cidade. Privilegiando setores que atendem aos empresários, como o de transportes, o prefeito preteriu pastas como a de direitos humanos, cultura e educação.

O Leve-Leite, que fornece leites para crianças da rede pública, por exemplo, foi cortados em mais de 50%, causando um enorme impacto para famílias que dependem disso para a sua alimentação básica.

Ao mesmo tempo, Doria aumentou em 156,8% o orçamento de publicidade, se comparado com o mesmo período do governo Haddad.

Virada Cultural

A Virada Cultural, uma das principais atrações culturais e turísticas da cidade, é outro fiasco da gestão. Doria quis levar a parte principal do evento para o autódromo de Interlagos. Mal planejado e mal organizado, o resultado foi uma Virada Cultural completamente esvaziada.

Passe-Livre

O Passe-Livre para estudantes da rede pública, do Fies e do Prouni, criado pela gestão Haddad, é outro alvo de Doria. O prefeito reduziu as oito viagens diárias para quatro viagens restritas a períodos de duas horas. Na prática, o estudante só poderá fazer dois percursos durante todo o dia.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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