Novo albergue no centro de SP é aprovado por moradores de rua
Beneficiários do sistema elogiaram a qualidade do atendimento; decreto de Haddad definiu melhor direitos dessa população, proibindo retirada de pertences
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Os moradores de rua que se alojaram no abrigo temporário da Galeria Prestes Maia, no centro de São Paulo, elogiaram o tratamento oferecido pelos agentes da prefeitura, segundo reportagem da Agência Brasil.
Para Djalma Vieira de Andrade, morador de rua de 46 anos, o atendimento é de boa qualidade. “De primeiro dia que estou vendo, qualidade do atendimento, higiene, tudo que estou vendo aqui é bom”, afirmou à “Agência Brasil”. Djalma também elogiou o jantar recebido no Prestes Maia na noite de quarta (22): almôndegas, arroz, feijão, farofa e uma garrafa de água.
O morador de rua Manoel, de 55 anos, contou que havia dormido na primeira noite do funcionamento do Prestes Maia e que gostou do acolhimento. Ele disse que prefere ficar na Praça da Sé, mas, com o frio intenso, decidiu ir para o albergue.
“Eu vim ontem e dormi de ontem para hoje. Eu gostei muito e é por isso que eu voltei. O pessoal me recebeu muito bem. Eu estava na rua, eu estava na Sé quando a perua daqui chegou para pegar a gente. Foi uma benção. Já peguei frio de zero grau. O senhor não sabe como que a gente estava passando o relento. O frio chegava a doer e a gente desprevenido”, deisse à reportagem.
Novos abrigos
Segundo a prefeitura de São Paulo, a Galeria Prestes Maia é o 15º abrigo emergencial aberto na cidade para o período do inverno. Desde 16 de maio, além de 10 mil vagas fixas em 80 centros de acolhida, o município ampliou a rede em 2.067 leitos. Foram criados alojamentos emergenciais na Casa Verde, Capela do Socorro Itaim Paulista, Itaquera, Lapa, Mooca, Brás, Pirituba, Santo Amaro, Sé e agora no Vale do Anhangabaú.
Decreto de Haddad
O Diário Oficial da Cidade de São Paulo publicou no dia 18 decreto do prefeito Fernando Haddad (PT) que torna mais claros os direitos dos moradores de rua. O documento reitera a proibição da retirada de pertences pessoais, como bolsas, mochilas, roupas, muletas e cadeiras de rodas.
O decreto também proíbe o recolhimento de instrumentos de trabalho, como carroças, materiais de reciclagem, instrumentos musicais e ferramentas, além de itens portáteis de sobrevivência, como cobertores, mantas, colchões, travesseiros e barracas desmontáveis.
Em nota divulgada semana passada, o comandante da Guarda Civil Metropolitana, Gilson de Menezes, disse que a corporação tem como um de seus principais deveres zelar pelos direitos das pessoas em situação de rua da cidade de São Paulo.
“Nesse momento, não estamos retirando nem os cobertores que servem para cobrir essas moradias precárias. A pessoa em situação de rua sempre fica com seu cobertor e lençol e o guarda não pode permitir que esses itens sejam levados. Se a pessoa em situação quiser dobrar e levar, perfeito, se ele não levar, esse tipo de objeto continuará lá”, disse.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da “Agência Brasil”