“O ódio não é liberdade de expressão”, afirma Dilma

No Facebook, a presidenta repudiou toda forma de ódio e disse que seu governo seguirá combatendo o racismo, a homofobia, a violência contra as mulheres, a xenofobia e qualquer tipo de intolerância

A presidenta Dilma Rousseff usou as redes sociais oficiais nesta sexta-feira (18) para falar aos brasileiros sobre tolerância e respeito às diferenças. “Quero expressar aqui o meu repúdio a toda forma de ódio contra quem quer ou o que quer que seja”, afirmou ao ressaltar que “ódio não é liberdade de expressão”.

Em vídeo, a presidenta lembrou que o Brasil é mundialmente conhecido pela alegria e pela fraternidade de seu povo, mas que mesmo com esse espírito de paz característico, a população tem assistido ao crescimento de um clima de preconceitos e intolerância.

Dilma ressaltou que o País, como uma nação civilizada, “deve aprender a tolerar as divergências, culturais e de pensamento”.

A presidenta destacou ainda que o seu governo seguirá combatendo o racismo, a homofobia, a violência contra as mulheres, a xenofobia e qualquer tipo de intolerância.

Crimes de ódio – São muitos os casos que retratam o clima de preconceitos e intolerância destacado pela presidenta.

Nesta semana, a justiça condenou o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) a pagar R$ 10 mil a deputada Maria do Rosário (PT-RS) por agressão verbal dita em plenário. No episódio, o deputado disse que não a estupraria porque “ela não merece”. O fato aconteceu em dezembro de 2014.

A própria presidenta Dilma tem sido alvo de constantes ataques de ódio. Um deles partiu do advogado Matheus Sathler Garcia, candidato a deputado federal pelo PSDB do Distrito Federal em 2014.

Em um vídeo publicado na internet, Sathler ameaça arrancar a cabeça da presidenta com “o martelo e a foice”, símbolos seculares da luta dos trabalhadores do campo e da cidade.

Infelizmente, estes não foram os únicos casos de intolerância e crime de ódio que o Brasil testemunhou nos últimos tempos.

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi agredido verbalmente por dois empresários em um restaurante em São Paulo no final do mês de maio. Após entrar na justiça, Mantega concedeu seu “perdão” aos agressores, exigência da lei para que a ação judicial seja suspensa.

No dia 11 de setembro, o casal de professores aposentados da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Walquiria Domingues Leão Rego e Rubem Leão Rego, foi agredido pelo vizinho, pelo simples fato de apoiarem o Partido dos Trabalhadores e a presidenta Dilma Rousseff.

O ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, foi hostilizado por um grupo de manifestantes enquanto caminhava pela Avenida Paulista, em São Paulo (SP), no dia 29 de agosto deste ano.

Dias antes, a mesma avenida foi palco de outra cena de intolerância, desta vez contra o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). O petista teve o passeio de bicicleta interrompido por gritos e insultos de um casal durante a inauguração de novo trecho da ciclovia.

A intolerância religiosa também fez as suas vítimas. Em pouco mais de dois anos, foram registrados 948 casos de intolerância religiosa, apenas no estado do Rio de Janeiro. E as denúncias de intolerância contra religiões afro-brasileiras são 71% do total, de acordo com a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR).

Da Redação da Agência PT de Notícias

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