Para 2020, Bolsonaro corta 54% do orçamento para educação básica
Além de acabar com as universidades federais, governo destina apenas R$ 230 milhões para infraestrutura de creches e escolas, R$ 270 milhões a menos do que em 2019
Publicado em
O desprezo de Bolsonaro pela educação parece não ter limites. O ensino superior no Brasil está em apuros, com cortes de mais de 30% para as universidades federais e com o mal-planejado Future-se, ameaçando implantar um modelo privatista e excludente no ensino superior público. Além disso, milhares de bolsas de estudo e pesquisa já foram cortadas neste ano e a situação deve piorar em 2020.
Agora, contrariando o argumento do próprio ministério – que os cortes não atingiriam a educação básica, por ser esta a prioridade do governo – Bolsonaro corta onde? Na educação básica!
O orçamento de 2020 prevê um corte de 54% para a infraestrutura de creches e escolas públicas. De acordo com o G1, em 2019, a verba alocada para a área foi de R$ 500 milhões, e em 2020 será de apenas R$ 230 milhões. A redução de R$ 270 milhões é significativa e evidencia o descaso total do atual governo com o ensino brasileiro.
em 2019, a verba alocada para a área foi de R$ 500 milhões, e em 2020 será de apenas R$ 230 milhões
Para piorar, o orçamento para a concessão de bolsas de apoio à educação básica também sofrerá diminuição. A verba prevista para o ano que vem é de R$ 451,7 milhões, 43% a menos do que os R$ 793,5 milhões disponibilizados este ano. O estudo foi realizado pelo movimento Todos Pela Educação, com dados da Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA).
A educação brasileira já sofreu perdas de R$ 6,2 bilhões somente neste ano, o setor que mais sofreu com Bolsonaro. Agora, o sucateamento da educação brasileira atinge alunos de todas as idades e de todos os níves de ensino.
Sem perspectiva de futuro
Os planos de Bolsonaro para o futuro do ensino brasileiro são ainda mais preocupantes. Junto com o ministro da Educação, Jair aposta na militarização da educação básica, com o objetivo de implantar o ensino cívico-militar em 10% das escolas públicas até 2026. O projeto prevê que os militares de reserva poderão atuar na supervisão, na administração e em atividades de aprendizado. A prioridade do exército brasileiro deveria ser impedir a política entreguista do governo, que ameaça constantemente a soberania nacional.
A situação é ainda pior para aqueles que estão prestes a se formar, ou pelo menos estavam. Desde o início de 2019, Weintraub já fez diversas declarações contra as universidades federais brasileiras, reconhecidas internacionalmente por suas pesquisas de qualidade. Bolsonaro já cortou mais de 30% do orçamento destas instituições, e muitas delas estão sem recursos para se manterem ativas até o final do ano. Para finalizar a catástrofe, o governo lançou o Future-se, proposta feita sem nenhuma consulta às universidades e especialistas e que pretende privatizar o ensino público.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do G1