Para atender aliados, Guedes acabou com estoques reguladores

Em artigo, o jornalista Luis Nassif adverte que a loucura de atender a todas as demandas de mercado e de aliados, em detrimento do consumidor, acabou com os estoques reguladores

Divulgação

Luis Nassif

Em 2015, a mídia fez terrorismo amplo com a explosão dos preços do tomate. Não existe estoque regulador para tomate. A explosão de preços depende de problemas climáticos. Mesmo assim, o Jornal Nacional chegou a produzir reportagens lembrando os tempos dos reajustes diários de preços nos supermercados.

Já o arroz depende substancialmente de estoques reguladores. Trata-se de uma prática saudável de política econômica, que beneficia o consumidor, mas não o produtor. Os estoques impedem altas especulativas ou de desequilíbrios de oferta.

Desde 2016, a nova matriz econômica, de Michel Temer-Henrique Meirelles e Bolsonaro-Paulo Guedes, abandonaram os estoques reguladores. A loucura de atender a todas as demandas de mercado e de aliados, em detrimento do consumidor, acabou com os estoques reguladores.

Confira o gráfico abaixo, em cima dos relatórios da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), responsável pela gestão dos estoques reguladores. Imagem: GGN

Em 2015 os estoques médios mensais de arroz foram de 1.629 toneladas. Em 2016, ainda em plena crise política do governo Dilma, caíram para 88 toneladas. Entrando o governo Temer, a média mensal ficou rodeando as 30 toneladas mensais. Com Paulo Guedes e o gênio da lâmpada da Lei do Teto, caíram para 22 toneladas mensais.

Bastou o primeiro desequilíbrio no mercado para os preços explodirem.

Luis Nassif / GGN

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