Para Dilma, impeachment é “interrupção ilegal e usurpadora”
Em inauguração da ampliação do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, a presidenta reafirmou que vai lutar com “todos os instrumentos” contra o golpe
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Impeachment sem crime de responsabilidade é “interrupção ilegal e usurpadora” de um mandato eleito democraticamente. É o que afirmou a presidenta Dilma Rousseff, na noite desta segunda-feira (9), durante inauguração da ampliação do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia (GO). Dilma reafirmou que vai lutar com “todos os instrumentos” para impedir o golpe que quer lhe tirar do cargo.
“Vou lutar com todos os instrumentos que tenho, democráticos e legais, para impedir a interrupção ilegal e usurpadora do meu mandato por traidores, pessoas que não têm condições de se apresentar ao Brasil e se eleger. Vou lutar porque o povo brasileiro merece respeito, consideração e sobretudo a democracia que conquistamos com tanto esforço. A democracia sem dúvida é o lado certo da história, a história também julgará os golpistas e julgadores”, disse.
A presidenta afirmou que, caso aplicassem as mesmas regras utilizadas contra ela por opositores para pedir seu impeachment, não sobraria um único gestor público no Brasil sem ser impedido.
“Sobraria alguém nesse País se aplicassem as regras que estão aplicando para mim, se aplicasse as regras para todos os gestores públicos? Respostas: não sobraria ninguém. Então, por que isso? Por que isso? É porque não é crime. Não é crime. É esse o problema. É golpe”, afirmou.
Antes da cerimônia, a presidenta foi recepcionada por mulheres e membros de partidos aliados que manifestaram apoio a Dilma, entre elas integrantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), que exibiram uma faixa com os dizeres: Mulheres pela Democracia #Dilmafica.
Durante o evento, em diversos momentos, os presentes entoaram gritos contra o impeachment, como “Dilma, guerreira da pátria brasileira”, “Não vai ter golpe” e “No meu país eu boto fé, porque ele é governado por mulher”.
Durante o evento, a presidenta lembrou que não sofre qualquer acusação de desvio de dinheiro público ou de ter contas no exterior e que, por isso, as chamadas ‘pedaladas fiscais’ foram a única forma que encontraram de tentar retirá-la do poder.
“Não recebi propina, não desviei dinheiro público, então acharam seis decretos”, enfatizou.
Dilma destacou, ainda, que o Legislativo “está parado por conta do ex-presidente da” Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que ainda não nomeou os integrantes das comissões da Casa.
“Não sei se o País sabe, mas o Legislativo está parado por conta do fato de o ex-presidente não ter nomeado aquelas comissões que dizem respeito à Câmara, e comissões mistas juntas com Senado. Nenhuma funciona; a do Orçamento, a de Constituição e Justiça, a de Educação. Nenhuma comissão”, disse.
O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), também criticou o ataque à “conquista do voto popular”, e pediu a Dilma para continuar “lutando em favor da democracia”.
“Apesar de alguns sempre quererem ver o pior, não tenho dúvida de que vivemos em uma cidade melhor e a senhora foi responsável por isso. O seu governo foi o nosso maior parceiro em todas as áreas. Não posso não reconhecer que enfrentamos jogo duro, desleal e, acima de tudo, muito perigoso. A senhora pode contar conosco nessa caminhada”, garantiu Garcia.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Blog do Planalto e Agência Brasil