Petistas criticam parcialidade da Justiça em casos de corrupção do PSDB

Os deputados Valmir Prascidelli e Paulo Teixeira, do PT-SP, também criticam atuação da mídia para blindar os tucanos

A Justiça de São Paulo acatou denuncia criminal contra seis executivos das empresas Alstom, Temoinsa, Tejofran e MPE acusados de participar do esquema de corrupção no governo do PSDB, na gestão do ex-governador e atual senador, José Serra. O caso é conhecido como “trensalão tucano”.

A conclusão das investigações levou a promotoria de São Paulo a pedir a prisão de um dos executivos envolvidos no esquema. No entanto, a mesma Justiça que acatou a denuncia, negou o pedido do Ministério Público. A Justiça paulista deu 10 dias de prazo para que os réus se pronunciem sobre o caso.

Esse tratamento dispensado pela Justiça paulista aos denunciados foi criticado pelos deputados da Bancada do PT Valmir Prascidelli e Paulo Teixeira, ambos do estado de São Paulo.

“Todos esses processos mostram que há, claramente, uma parcialidade no tratamento nas questões que envolvem denúncias contra o PSDB em relação àquelas que envolvem o PT”, avaliou Prascidelli.

“Há dois pesos e duas medidas no tratamento tanto do MP no oferecimento da denúncia, da morosidade da Justiça quando recebe a denúncia e da imprensa que trata de forma desigual as denúncias, as informações e a investigação quando ela (mídia) se propõe a apurar”, constatou Valmir Prascidelli

Para o deputado Paulo Teixeira, essa forma de agir “mostra a seletividade da Justiça”.

“Quando a acusação é contra o PT ela (Justiça) é rápida e utiliza de uma narrativa generalizada. Mas essa mesma rapidez não é verificada quando se trata dos opositores ao PT”, criticou.

Carta marcada – Os réus foram condenados por participarem, segundo o Ministério Público Paulista, do jogo de carta marcada (formação de cartel) entre as empresas citadas e o governo paulista nos anos de 2008 e 2009, na gestão do governador tucano, José Serra. A administração Serra gastou mais de R$ 1, 7 bilhão para reformar 98 trens das linhas 1 e 3 do metrô.

As investigações do MP concluíram que sem o esquema ilegal, o montante retirado dos cofres públicos seria bem menor e daria para comprar trens novos e não reformá-los.

Além do ex-diretor da Alstom foram indiciados também, David Lopes, Maurício Memória e Wilson Daré (Temoinsa), Telmo Giolito Porto (Tejofran) e Agadir Abreu (MPE). Recai sobre os executivos a prática ilegal de combinação de preço, caracterizando formação de cartel.

O caso – As denúncias de corrupção na CPTM e no Metrô paulista estouraram em 2013, a partir do acordo de leniência proposto pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e aceito pela empresa Siemens, acusada de formação de Cartel.

A empresa suíça revelou pagamentos de propina a altos funcionários e autoridades públicas de São Paulo. Os pagamentos teriam começado em 1997, e atravessaram os governos tucanos de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin. O desdobramento das investigações revelou também a participação de outras empresas, como a Alstom.

Por Benildes Rodrigues, do PT na Câmara

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