Pimenta aponta possíveis conexões fraudulentas entre FHC, Globo e Mossack

Inúmeras denúncias feitas pela imprensa progressista envolvendo empresas multinacionais, as Organizações Globo e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) levaram o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) a protocolar, nesta quinta-feira (25), representação junto ao Ministério da Justiça para subsidiar a abertura de investigações sobre o caso.

Na terça-feira (23), parlamentares do PT e do PCdoB entregaram requerimento com solicitação semelhante ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Na ocasião, ele prometeu encaminhar o pedido de abertura de investigação sobre as possíveis conexões entre o tucano e as companhias citadas à Polícia Federal.

Pimenta também apresentará o dossiê ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no próximo dia 1º de março, para que seja aberta também apuração via Ministério Público Federal.

No documento, são apontados “fortes indícios” da existência de esquemas de empresas nacionais e internacionais, principalmente offshores, “para cometer crimes contra o sistema financeiro e a ordem tributária”.

Com isso, pede-se que sejam apuradas a presença de crimes como organização criminosa; lavagem ou ocultação de bens; sonegação fiscal; além de outras ações criminosas contra a administração pública, contra o sistema financeiro nacional e contra a ordem tributária.

Entenda – Por meio de um amplo organograma, o parlamentar revelou conexões entre possível esquema envolvendo o ex-presidente FHC, as organizações Globo, a empresa Brasif, a FIFA e a organização panamenha Mossack Fonseca, conhecida internacionalmente por criar diversas empresas offshores destinadas à lavagem de dinheiro, evasão de divisas e ocultação de patrimônio.

Para Paulo Pimenta, a principal denúncia que deve ser investigada é a conexão entre as operações dessas offshores e empresas brasileiras e a transferência de recursos para o exterior, principalmente para pagar despesas pessoais do ex-presidente FHC.

“Nos chamou muito a atenção também quando observamos que empresas da Mossack Fonseca apareciam no quadro societário do triplex em Paraty, utilizado pela família Marinho. É também proprietária do heliponto e do helicóptero utilizados também por eles”, acrescentou o parlamentar à teia de informações criadas por sua equipe.

“Ao que tudo indica, é muito provável que essas empresas tenham obtido vantagens durante o governo de FHC. A começar pela Brasif, que detinha a exclusividade de operação dos freeshops nos aeroportos. E também o favorecimento na concessão de empréstimos do BNDES à Rede Globo”, afirmou. A suspeita citada por Pimenta envolvendo a rede de televisão é alvo de processo no Tribunal de Contas da União (TCU).

“Se concluirmos que essas empresas, que ajudaram FHC a resolver questões pessoais, com transferências de recursos para o exterior, possam ter recebido algum tipo de vantagem indevida durante o seu governo, está caracterizado um crime muito grave, que precisa ser esclarecido”, justificou o petista.

De acordo com o deputado, as denúncias se baseiam no trabalho investigativo de portais e blogs como “Diário do Centro do Mundo”, “Tijolaço”, “Viomundo”, “Rede Brasil Atual”, “O Cafezinho”, “Portal Fórum”, “Conversa Afiada” e “GGN”. Tais veículos são responsáveis por realizar maior cobertura sobre as denúncias que envolvem FHC, em contrapartida com o pequeno destaque dado pela grande mídia.

Confira a representação na íntegra.

Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias