“Eu votei no Bolsonaro”, afirma ex-diretor do INSS, peça-chave no roubo dos aposentados
Parlamentares do PT reforçaram que o Governo Lula não se omitiu diante das fraudes e estancou a sangria deixada por Bolsonaro no INSS
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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS ouviu nesta segunda-feira (27/10), Alexandre Guimarães, ex-diretor de Integridade, Governança e Gestão de Riscos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Na oitiva, o ex-gestor admitiu ter votado em Bolsonaro na eleição de 2022. Ao ser indagado pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS), Alexandre Guimarães revelou seu voto. “O senhor Alexandre Guimarães é eleitor e apoiador do Bolsonaro. Ponto. O resto é narrativa para enganar bobo”, frisou Pimenta.
Pimenta, que é líder do Governo na CPMI, ainda mostrou postagens nas redes sociais de apoio do depoente ao já condenado pelo STF pela trama golpista de 8 de janeiro de 2023.
Para o deputado Pimenta, a linha do tempo fala revela a atuação de Guimarães no esquema. “Aí o André Moura [líder do Governo Temer], que era o braço direito do Eduardo Cunha, um dos líderes do golpe (na presidenta Dilma Rousseff), resolveu lhe chamar. Depois o senhor foi para o mercado e retornou ao INSS no período de Paulo Guedes (Ministro da Economia, já no governo Bolsonaro), com Bruno Bianco na Secretaria de Previdência e Leonardo Rolim na Presidência [do INSS]. Voltou indicado pelo deputado Euclydes Pettersen [Republicanos-MG)?”
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Conforme parlamentares do PT na CPMI, há uma relação direta entre figuras políticas bolsonaristas e a sustentação das entidades fantasmas, responsáveis pelos descontos indevidos que foram permitidos durante o governo Bolsonaro.
Lula combateu a corrupção
Já o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) foi além ao conectar os períodos entre os governos Temer e Bolsonaro. “O senhor prestou grandes ‘serviços’ ao governo Temer. Foi indicado pelo André Moura, líder do governo Temer e conhecido como “dono do INSS”, muito próximo de Eduardo Cunha. Atuou no governo Bolsonaro e depois fundou uma empresa que recebeu dinheiro de um investigado por roubar aposentados. Isso precisa ser esclarecido na Justiça”.
Por fim, o parlamentar pontuou que só agora a fraude está sendo apurada e “o Governo Lula está devolvendo o dinheiro roubado e fortalecendo as instituições que os outros enfraqueceram”. Correia lembrou também que “mais de R$ 3 milhões já foram devolvidos a 2 milhões de aposentados, e novas medidas seguem em curso para que a verdade venha à tona”.
Bolsonaro escondeu a corrupção
Com números em mãos, o deputado federal Alencar Santana (PT-SP) foi didático: “os números são claros. Documento da CGU mostra, no Reclame Aqui, entre fevereiro de 2021 e fevereiro de 2024 — dois anos da sua gestão — alta incidência de queixas sobre descontos indevidos por ‘entidades associativas’, com reputações péssimas. Houve reclamações, mas providências efetivas não foram tomadas, apesar de sua diretoria ter competência, como está no Plano de Integridade 2022–2023”.
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Também ao explicitar as ações desencadeadas pelo atual governo, Alencar completou: “Quem mandou apurar de fato foi a Controladoria-Geral da União do Governo do Presidente Lula. Quem mandou parar os descontos foi o Governo Lula. Quem determinou investigação foi o Governo Lula, com a Polícia Federal. Por isso estamos nesta CPMI. O governo Bolsonaro foi omisso”.
Do site do PT na Câmara
