Por mais mulheres na saúde

Artigo de Andréa Cangussú

Andréa Cangussú, da Secretaria de Mulheres do PT de Minas

Redução nos investimentos públicos. Sucateamento dos equipamentos e medicamentos. Filas enormes a espera de atendimento. Falta de infraestrutura mínima em hospitais e centros de saúde. Profissionais desvalorizados, sem equipamentos e com baixos salários. Características recorrentes quando se examina a saúde pública no Brasil.

Soma-se a esse cenário de guerra a cultura machista, patriarcal, preconceituosa e reacionária que agrava a realidade por colocar a mulher em uma posição desigual, menos valorizada em relação ao homem em várias áreas, principalmente quando o assunto é a sua carreira profissional.

Com o advento da pandemia do novo coronavírus, as desigualdades que já existiam se acentuaram absurdamente. Milhares de profissionais de saúde que atuam na linha de frente de combate à doença são, em sua maioria, mulheres. Para se ter uma ideia, temos, em atividade no Brasil, 85,5% de enfermeiras. Isso torna evidente que a área de saúde se sustenta devido à majoritária presença feminina nesse setor.

Os números apontam que, principalmente em momentos de crise como a Pandemia, as mulheres podem e devem ser protagonistas.

Países com líderes mulheres sofrem seis vezes menos mortes por Covid-19 evão se recuperar mais cedo da recessão. Chefes femininas têm se destacadomuito pelo trato eficiente e ágil na batalha contra a Covid-19, como é ocaso da Dinamarca (primeira-ministra), Nova Zelândia (primeira-ministra),Alemanha (chanceler), Noruega (primeira-ministra) e Escócia (primeira-ministra). A Nova Zelândia está há 100 dias sem registrar um caso sequer de contaminação pelo vírus, conquista de dar inveja a qualquer governante.

As mulheres, além de atuarem profissionalmente em número na área de saúde, se mostrando imprescindíveis para a sobrevivência da sociedade; têm, também, se destacado nos altos cargos de poder nas ações de combate à pandemia, evidenciando o tratamento diferenciado no quesito cuidado e responsabilidade com a nação.

O devido reconhecimento de sua competência, profissionalismo e capacidade quando se trata de atuar no mercado de trabalho, principalmente se arriscando na linha de frente em meio a essa pandemia, deve ser uma pauta urgente e precisa passar por equidade salarial, de tratamentos e de oportunidades. Há muito caminho para se percorrer, mas as mulheres têm fibra para lutar, unidas e fortalecidas, pelos seus direitos. Que a sociedade reconheça todo esse valor, abandone preconceitos retrógrados e reconheça que precisamos de cada vez mais mulheres na política pública de saúde.

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