Sanções terão impacto maior que guerra, e Brasil pena com a falta de soberania

Presidente do Banco Mundial alerta que sanções contra a Rússia farão mais mal à economia mundial do que a guerra em si. Brasil pagará o preço de ter um presidente que sabota sua soberania

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Bolsonaro sabota interesses do Brasil

Após três semanas de guerra entre Rússia e Ucrânia, está claro que o mundo não apenas assiste a um conflito armado entre dois países, mas também vive uma ampla batalha econômica iniciada por Estados Unidos e Europa e que, inevitavelmente, trará consequências para todo o mundo. 

O efeito dessa guerra comercial deve ser tão grande que o presidente do Banco Mundial, David Malpass, alertou na segunda-feira (14) que as sanções contra a Rússia terão impacto econômico maior do que o próprio conflito armado. “Nós podemos ver um impacto gigantesco, que se inicia com o setor de energia e o fornecimento de alimentos. (…) Além da catástrofe do ponto de vista humano, nós temos de olhar para a economia global e ver que há um grande efeito negativo”, disse Malpass, em evento do Washington Post (assista aqui, em inglês).

Ele lembrou ainda que a elevação dos preços de produtos como alimentos e combustíveis afetam de maneira mais grave os pobres. “Os países mais pobres e suas populações são imediatamente afetados pelo aumento dos preços que acontece agora”, completou.

Além de confirmar o alerta feito pelo ex-presidente Lula – o de que, ao deixarem as desavenças escalarem para um conflito armado, as grandes potências penalizariam o mundo todo, especialmente os mais pobres –, a fala de Malpass chama a atenção para o preço que o Brasil pagará agora por não ter um governo comprometido com sua soberania.

A falta de soberania de Bolsonaro

Em resumo, para um país ser soberano, ele deve ser capaz de tomar as decisões que lhe interessam e garantir a vida e o bem-estar de sua população mesmo diante de crises internacionais. Bolsonaro, porém, sabotou a soberania e a segurança dos brasileiros justamente nas duas áreas que mais devem ser afetadas pelas sanções, segundo o presidente do Banco Mundial: a de energia e a de alimentos.

No caso dos alimentos, Bolsonaro desarticulou toda a política de segurança alimentar criada no governo Lula e permitiu que o Brasil voltasse ao Mapa da Fome. Uma das ações desprezadas pelo ex-capitão foi a formação de estoques de alimentos, que permitiam ao governo ter reservas de grãos para impedir a escassez e a escalada dos preços. Agora, com os produtos agrícolas da Rússia embargados (o país é um dos maiores produtores de trigo), o mundo deve viver uma escalada de preços, e o Brasil não terá como escapar.

Até mesmo aumentar sua produção, para amenizar a escassez internacional, ficou difícil para o Brasil, uma vez que os embargos criam uma crise de fertilizantes, já que a Rússia é a maior fabricante desse produto. Uma das políticas de Lula foi justamente construir fábricas de fertilizante, garantindo a independência (ou soberania) brasileira nesse aspecto. Mas os governos Temer e Bolsonaro também sabotaram essa estratégia e fecharam as fábricas.

Sabotagem energética

Já na questão da energia, o Brasil também caminhava, com Lula e Dilma, rumo à soberania. Com a descoberta do pré-sal, o país se tornou autossuficiente em petróleo e podia contar com a Petrobras, que investia em refinarias para produzir gasolina aqui mesmo. Com a Petrobras, o Brasil conseguia ir do poço ao posto, ou seja, retirar o petróleo, fabricar a gasolina, transportá-la até posto e vendê-la a um preço justo para os brasileiros, uma vez que tudo era feito em real e comandado pelo próprio país.

Bolsonaro, porém, interrompeu os investimentos e passou a vender a Petrobras em partes. Interrompeu a construção de refinarias e colocou as que tínhamos à venda. Assim, reduziu a capacidade de produção de combustíveis. Também vendeu a BR Distribuidora, que acabou transformada em centenas de empresas que hoje vendem, aqui dentro, gasolina importada dos Estados Unidos (sobre isso, veja no vídeo acima, a fala de Lula).

O que Bolsonaro fez foi acabar com a capacidade da Petrobras de atuar do poço ao posto e transformou a empresa numa exportadora de petróleo cru. Agora que uma crise energética mundial se formou, o ex-capitão se comprometeu a aumentar a produção de petróleo para vendê-lo aos Estados Unidos. Depois, vai comprar deles gasolina, que é mais cara que o óleo cru, e revendê-la para os brasileiros a preço de dólar. 

É assim que um governo submisso, que não sabe o que é soberania, age.

Da Redação

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