Sem emprego nem renda, famílias brasileiras se afundam em dívidas

Segundo a Serasa, 75% das famílias brasileiras estão endividadas. E muitas delas recorrem ao rotativo do cartão de crédito, que cobram os juros mais altos do mercado 

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Além da inflação e do desemprego, renda das famílias cai também por causa das dívidas crescentes

A política econômica de Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, massacra as famílias brasileiras, que, acuadas pela inflação, pela perda de renda e pelo desemprego, acabam endividadas. Hoje, 75% das famílias brasileiras têm alguma dívida para pagar, revela pesquisa feita pela Serasa.

O desemprego, aponta o levantamento, é a principal causa das contas no vermelho. De cada 10 inadimplentes, três estão sem trabalho. E o valor médio das dívidas é de R$ 4 mil, valor bem maior que a renda média do brasileiro, que, após várias quedas seguidas, chegou a R$ 2.459.

Totalmente abandonadas pelo governo, as famílias se tornam presas fáceis dos bancos e recorrem, como nunca na história, ao rotativo do cartão de crédito, aquele empréstimo dado automaticamente quando alguém não consegue pagar o total da fatura. Segundo dados do Banco Central, esse tipo de financiamento alcançou R$ 21,6 bilhões concedidos em outubro, maior valor da série histórica. 

O dado indica que, em 2022, as famílias brasileiras ficarão atoladas em dívidas, uma vez que o rotativo do cartão cobra os juros mais altos do mercado. Em outubro, a taxa chegou a 343,55% ao ano, muito acima da média de 23,21% de todas as operações do sistema financeiro, informa reportagem do jornal O Globo. 

Governo criou ciclo vicioso

O cenário de endividamento generalizado é mais uma evidência de como a política defendida por Bolsonaro e Guedes, que pregam a redução do Estado em benefício do mercado, só beneficia os mais ricos.

Como mostrou, em recente entrevista à TvPT, o economista Marcio Pochmann, presidente do Instituto Lula, ao acabar com as políticas de distribuição de renda e tirar do governo o papel de indutor do crescimento, o atual presidente e seu ministro criaram um ciclo vicioso que empurra a economia do país ladeira abaixo.

Com a renda cada vez menor, seja porque perdeu o emprego, seja porque os salários diminuíram, o brasileiro consome menos, fazendo com que as empresas diminuam sua produção e empreguem cada vez menos. Para piorar, a inflação não para de subir, uma vez que os combustíveis e a energia estão cada vez mais caros. Assim, não resta outra saída aos brasileiros que não seja fazer dívidas com os bancos, para os quais não existe crise. 

Da Redação 

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