Sem-terra é atingido por bala de borracha na Bahia, petistas rechaçam truculência

Nos três acampamentos, as famílias produziam ali cerca de 7,200 toneladas de alimento por ano, o que ajudava a mover a economia dos dois municípios da região

Divulgação MST

Na madrugada desta segunda-feira (25), as polícias federal e militar, em conjunto com milícias armadas do norte da Bahia forçaram o despejo de aproximadamente 700 famílias dos acampamentos Abril Vermelho, Irmã Dorothy e Irani de Souza, ligados ao Movimento Sem Terra (MST).

Segundo as famílias despejadas, os agentes “chegaram atirando” e, com muita violência, casas foram destruídas. Bombas de fumaça e balas de borracha foram utilizadas contra os ocupantes e um trabalhador, Laurindo Pereira da Silva, foi atingido na cabeça por um tiro de bala de borracha. Seu estado de saúde é estável.

O caso já repercute entre os deputados petistas. Pelo Twitter, o coordenador do Núcleo Agrário da Bancada do PT na Câmara, deputado João Daniel (SE), condenou a violência contra os acampamentos e manifestou solidariedade ao trabalhador ferido. “Essa truculência contra os que lutam pelo direito à terra não pode ser aceitada. O companheiro Laurindo foi mais uma vítima dessa violência”, destacou.

Ao denunciar a violência pelas redes sociais, o deputado Valmir Assunção (PT-BA), ex-dirigente do MST no estado, recebeu o apoio do líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), que ao retuitar a informação disse que o fato é “muito grave”.

O parlamentar baiano lembrou que ele, Paulo Pimenta e João Daniel visitaram o acampamento Abril Vermelho, durante a Caravana da Resistência no Nordeste, que entre o final de julho e início de agosto percorreu os estados da Bahia, Sergipe e Pernambuco. “Ficamos surpreendidos com a organização das famílias que ainda empregam pessoas da região diante da alta produtividade do acampamento! ”.

Em outro tuíte, Valmir Assunção também destacou que “os prefeitos da região apoiam os acampamentos diante da importância na produção e geração de empregos”. Ele disse que “é inadmissível que esse despejo tenha acontecido e ainda de forma violenta”.

As áreas acampadas fazem parte do perímetro irrigado Nilo Coelho, do município de Casa Nova e do projeto Salitre, em Juazeiro. As famílias ocupam o local desde 2007, mediante acordo entre os governos federal e estadual, o Incra, Ouvidoria Agrária, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e o Ministério Público Federal.

Nos três acampamentos, as famílias produziam ali cerca de 7,200 toneladas de alimento por ano, o que ajudava a mover a economia dos dois municípios da região. De forma direta e indireta, foram aproximadamente 5 mil trabalhadores.

Por PT na Câmara com Brasil de Fato

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