Senador Contarato anuncia apoio a Coser e Célia, candidatos do PT em Vitória e Cariacica
Um dos mais influentes nomes da oposição a Bolsonaro no Congresso Nacional cerra fileiras com o PT para enfrentar os candidatos da direita nas duas cidades capixabas. “O interesse público exige diálogo e construção”, aponta o parlamentar da Rede Sustentabilidade. Petistas continuam a costurar apoios para derrotar os nomes bolsonaristas do Palácio do Planalto no estado
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O PT obteve ontem um apoio importante na disputa que trava com o bolsonarismo no Espírito Santo. O senador Fabiano Contarato (Rede-ES), um dos mais aguerridos parlamentares da oposição ao governo de Jair Bolsonaro, anunciou que está neste segundo turno apoiando os petistas João Coser e Célia Tavares, que disputam o segundo turno em Vitória e Cariacica, dois dos mais importantes municípios do estado.
“Bolsonaro nos deu a lição de que os graves e complexos desafios do Brasil não serão resolvidos à base da demagogia, do ódio ou com bravatas”, disse Contarato nas redes sociais. “O interesse público exige diálogo, construção, e não promessas vãs. No segundo turno, em Vitória, vou de João Coser”, anunciou.
Sobre Célia Tavares, o parlamentar da Rede também foi taxativo ao expressar sua preferência. “A melhor ‘arma’ para enfrentar a violência e a desigualdade é a educação”, declarou. “Registro meu apoio à Professora Célia [Tavares], que, com sua competência, sensibilidade e empatia pelo povo, certamente trará dias melhores para os cariaciquenses”.
As manifestações de Contarato de apoio aos dois candidatos são fundamentais para impedir que nomes da extrema direita se consagrem nas urnas. Ex-corregedor-geral do Espirito Santo, Contarato estreou na política nacional em 2018, quando conquistou o mandato de senador e ganhou o respeito dos congressistas ao longo do ano passado, batendo de frente contra Bolsonaro e Sérgio Moro e impondo-se como um defensor intransigente dos direitos dos trabalhadores e na luta contra a desigualdade. Seu apoio é mais um sinal de que a frente progressista no Espírito Santo está se articulando para impedir a eleição dos bolsonaristas que disputam na capital e em Cariacica.
A direita raivosa
Em Vitória, a expressão da direita xucra do Espírito Santo é o candidato a prefeito Lorenzo Pazolini, deputado estadual que ganhou notoriedade nacional este ano ao invadir um hospital público para “provar a farsa do Covid-19”, atendendo a pedidos do presidente Jair Bolsonaro. Delegado de polícia, é um dos candidatos mais perigosos da extrema-direita atuando nas eleições municipais, ao lado de Capitão Wagner, candidato dos Republicanos à Prefeitura de Fortaleza, no Ceará.
A frente montada por Coser já tem o apoio do PC do B e do PSOL, além de conversas com o PSB e o Cidadania. Ele já conversou com o governador Renato Casagrande. Seu grande desafio é converter votos do outro candidato que obteve expressiva votação no domingo – o deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania) – para derrotar o bolsonarismo na capital. No primeiro turno, o ex-prefeito de Vitória João Coser ficou em segundo lugar, com 21,82% dos votos do eleitorado, somando 37.373 votos. Enquanto isso, o candidato da direita somou 53.014 votos, o que representa 30,95% do eleitorado da capital. Gandini teve 36.172 votos (21,12%).
Em Cariacica, o candidato conservador que o PT enfrenta nas urnas no próximo domingo é Euclério Sampaio, deputado do DEM, delegado da Polícia Civil aposentado que se elegeu para a Assembleia Legislativa ainda em 2002, e passou por várias legendas. Foi eleito em 2018 pela Democracia Cristã, mas mudou de legenda no ano passado e se filiou ao Democratas. Sampaio se arvora em dizer que tem ligação direta com o Palácio do Planalto e se mostra orgulhoso em pertencer à “base bolsonarista”.
O segundo turno, contudo, está em aberto. Na eleição de 15 de novembro, Sampaio teve 30.934 votos (18,81%) e Célia conquistou 23.087 votos (14,04%). O desafio da petista agora é assegurar que as pessoas saiam de casa em 29 de novembro para votar contra o bolsonarismo. É que a abstenção em Cariacica foi recorde. Cerca de 67,6 mil eleitores não compareceram às urnas e mais de 30 mil votaram em branco ou nulo.
Da Redação