Senadores Golpistas: Agripino Maia e as dunas de propina

Agripino Maia (DEM-RN), coordenador da campanha presidencial de Aécio Neves, é investigado por desvios de verbas em obras públicas e corrupção no RN

Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil

Quem pede com forte indignação um combate profundo à corrupção no Brasil pode ter seus sigilos bancário e fiscal quebrados por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF)?

Poder, não poderia. Mas, firme como uma duna que muda facilmente com os ventos, o senador Agripino Maia (DEM-RN), que coordenou em 2014 a campanha presidencial do senador Aécio Neves (PSDB), sustenta uma retórica imaculada ao mesmo tempo em que é investigado por desvios de verbas em obras públicas e participação em esquema de corrupção no Rio Grande do Norte.

Em abril deste ano, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, determinou a quebra do sigilo fiscal e bancário de Agripino do perído entre 2010 e 2015. 

O senador é investigado sob a acusação de que recebeu propina para beneficiar empresas na construção da Arena das Dunas, sede da Copa do Mundo de 2014, em Natal. A investigação se concentra na ligação entre a obra e as doações recebidas por Agripino nas campanhas de 2010 e 2014. O inquérito foi aberto no próprio STF em outubro de 2015.

A Procuradoria Geral da República tem indícios de que Agripino intermediou a relação para liberação de verbas da construtora OAS em troca de doação de R$ 500 mil para o Diretório Nacional do DEM. O pedido de investigação traz mensagens de celular trocadas entre executivos da OAS, em conversas que indicam Agripino como ponte para a mediação. Além disso, a PGR incluiu depoimento do doleiro Alberto Youssef, investigado na Lava Jato, em que ele diz ter atuado em favor de doações eleitorais de até R$ 3 milhões, enviados em espécie a Natal. 

O senador Agripino Maia nega as acusações. Assim como nega envolvimento num outro esquema de corrupção ligado ao Detran do Rio Grande do Norte, conhecido após a deflagração da operação Sinal Fechado da Polícia Federal. 

Em março de 2015, a ministra Cármen Lúcia, também do STF, autorizou a abertura de inquérito para apurar corrupção passiva de Agripino. Isso porque, em delação premiada, o empresário George Olímpio disse que pagou R$ 1 milhão ao senador como parte do esquema de aprovação de lei na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte que tornasse obrigatória a realização de inspeção veicular. 

Da Redação da Agência PT de Notícias

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