Agripino Maia pediu avião emprestado ao presidente da OAS

Já réu por corrupção e lavagem de dinheiro, pedido de jatinho à OAS revela troca de favores entre senador e presidente da empreiteira

Quem pede impeachment também pode ter mandato cassado.

É o caso do senador democrata Agripino Maia (RN), presidente do DEM, que mesmo já sendo réu por corrupção e lavagem de dinheiro no Supremo Tribunal Federal (STF) devido às descobertas da Operação Lava Jato, vem acumulando denúncias capazes de se firmarem como ofensas ao decoro e ética parlamentares.

Reportagem publicada neste domingo (11), pelo jornal “Folha de S. Paulo”, revela que Maia pediu um avião privado emprestado ao presidente da empreiteira OAS, Léo Pinheiro, em janeiro de 2014, ano em que foram realizadas eleições gerais no país.

Pinheiro está condenado a 16 anos de prisão por envolvimento na Operação Lava Jato. O pedido do senador foi feito por mensagem ao celular de Pinheiro, apreendido pela Polícia Federal durante as investigações da Lava Jato.

O jato foi disponibilizado por Pinheiro para transferência do suplente de Maia, João Faustino, de Natal para São Paulo. Mas a viagem não se confirmou devido a morte do beneficiário, por leucemia.

A troca de mensagem integra o processo contra Maia no STF e é tratada como indício de que “o senador pode ter recebido propina por ter ajudado na liberação de recursos do BNDES para a construção do estádio Arena das Dunas”, construído pela OAS em Natal para a Copa do Mundo 2014.

De acordo com a reportagem, a liberação do dinheiro de financiamento da obra por Agripino no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi seguida da doação de R$ 500 mil da empreiteira ao diretório nacional do DEM.

E, “apesar da viagem (de Faustino com o jatinho da OAS) não ter se realizado, os investigadores avaliam que está explícita a relação de troca de favores e vantagem indevida entre o empreiteiro e o senador”, relata a Folha.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, já detectou, segundo a reportagem, depósitos fragmentados, em dinheiro, a Agriplino Maia, sem identificação dos depositantes, no valor de R$ 169,4 mil.

“Foram também feitos depósitos com identificação ao senador. Entre eles está um de R$ 95 mil, em espécie, feito por um motorista do Senado. Outra servidora fez quatro depósitos fracionados de R$ 9.000, segundo as investigações”, afirma a Folha. Em resposta ao jornal, Maia alegou que o pedido foi para “salvar uma vida”.

Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias

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