Sociedade civil se mobiliza para defender mandato de deputadas progressistas

Sociedade organizada criou a plataforma “Elas Ficam”, que busca coletar assinaturas favoráveis aos mandatos de seis deputadas de esquerda. Votação de processos está prevista para esta semana

Thiago Coelho

A deputada Juliana Cardoso (PT/SP) criou um espaço para coletar assinatura de apoio e enfrenta dois pedidos de cassação de seu mandato

Está prevista para esta semana, na quarta-feira (23) a retomada no Conselho de Ética da Câmara votação do processo de cassação dos mandatos das seis deputadas de esquerda. Por isso, é fundamental o apoio da sociedade civil e dos movimentos de mulheres e feministas no apoio às deputadas  Érika Kokay (PT-DF), Juliana Cardoso (PT-SP), Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Célia Xakriabá (PSOL-MG) e Fernanda Melchionna (PSOL-RS).

Buscando dar apoio às companheiras, foi criada a campanha “Elas Ficam”, a fim de reunir assinaturas para pressionar os relatores dos processos e impedir a perseguição às parlamentares. Para isso, foi desenvolvido um site de apoio à iniciativa. 

Na plataforma, há informações sobre como a violência política de gênero acomete mulheres que estão em posição de poder: 63% dos parlamentares que enfrentam processos de cassação no Conselho de Ética são mulheres; 81% das parlamentares já foram alvo de violência política; 39% das mulheres parlamentares no mundo afirmaram que a violência prejudicou seu mandato e sua liberdade de expressão; e 78,1% de candidatas e de eleitas negras relataram terem sofrido violência política em ambiente virtual.  

Vale ressaltar que as mulheres ocupam apenas 18% das cadeiras no Parlamento, mas representam 63% dos parlamentares que enfrentam processos de cassação.

A deputada Juliana Cardoso também criou um espaço para coletar assinaturas de apoio. “Estamos em plena campanha Elas Ficam com adesões ao abaixo assinado”, afirmou a parlamentar.

Importante destacar que este mês é celebrado o Agosto Lilás, período que marca o combate às violências cometidas contra as mulheres, inclusive a política, e marca os dois anos de criação da lei 14.192/21, que considera violência política contra a mulher toda ação, conduta ou omissão com a finalidade de impedir, obstaculizar ou restringir os direitos políticos da mulher. 

Da Redação do Elas por Elas, com informações do portal Elas Ficam

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