Sputnik V tem 92% de eficácia contra Covid-19. Aumenta pressão por vacina

Estudo publicado na prestigiada revista científica ‘Lancet’ confirmou boa resposta imunológica após testes feitos com 20 mil voluntários. Em um cenário incerto para uma cobertura vacinal em massa no país, cresce a pressão para que a Anvisa libere o uso emergencial do imunizante russo. “Alemanha e Inglaterra já estão analisando a vacina Sputnik V. Por aqui, a Anvisa continua com exigências burocráticas, dificultando o processo para aquisição da vacina, enquanto milhares de pessoas morrem diariamente no Brasil” cobra o governador da Bahia, Rui Costa

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O ceticismo em relação ao imunizante russo Spunik V caiu por terra nesta terça-feira (2), quando a prestigiada revista científica ‘Lancet’ publicou um estudo confirmando uma eficácia de 91,6% contra o vírus da Covid-19. A vacina demonstrou segurança e boa reposta imunológica após a realização de testes com 20 mil voluntários. O imunizante já foi registrado em 16 países, incluindo Argentina, Bolívia, Venezuela, Paraguai e México. No Brasil, no entanto, entraves impostos pela Agência de Vigilância Sanitária continuam no caminho do acesso ao produto.

“Alemanha e Inglaterra já estão analisando a vacina Sputnik V. Por aqui, a Anvisa continua com exigências burocráticas dificultando o processo para aquisição da vacina, enquanto milhares de pessoas morrem diariamente no Brasil”, cobra o governador da Bahia, Rui Costa.

O estudo apontou “excelente perfil de segurança” da vacina, inclusive entre acima de 60 anos, faixa etária que atingiu 91,8% de taxa de eficácia. Além disso, 94% das reações adversas foram leves, como sintomas de gripe, reações no local da injeção e dor de cabeça.

“Os resultados intermediários do ensaio clínico de fase 3 da vacina de vetor de adenovírus Sputnik V são bastante impressionantes. Esta vacina parece ser altamente eficaz e imunogênica em todas as faixas etárias”, comemorou o diretor de pesquisa do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica (Inserm) da França, Cecil Czerkinsky, de acordo com a ‘CNN’.

“Esta é claramente uma boa notícia, pois esta vacina de formulação dupla é comparativamente fácil de fabricar e distribuir em meio à escassez global de vacinas e os problemas logísticos na distribuição das vacinas termossensíveis recentemente autorizadas para uso de emergência”, explicou o pesquisador.

Pressão por liberação

A demora em uma aprovação do uso emergencial tem sido alvo constate de críticas, não só entre governadores, mas entre autoridades de saúde. O infectologista da Fiocruz, Julio Croda, condenou a exigência de estudos da fase 3 no país pela Anvisa. “É uma burocracia desnecessária porque os dados estão aí para provar que [a vacina] possui boa eficácia e apresenta segurança”.

“Depois da publicação da The Lancet, até a Angela Merkel entrou em contato interessada na Sputnik V para a Alemanha. Para se ter uma ideia, a revista não recebe um trabalho e publica. Ela audita. A fase 3 feita na Rússia foi auditada. Por isso o processo demora”, explicou o presidente da farmacêutica União Química, Fernando Marques à Rádio Bandeirantes. Para ele, a Anvisa tem todas as condições de alterar as exigências sobre a fase 3.

STF

A Bahia entrou com um pedido de liminar junto ao STF a fim de obter a liberação do uso emergencial e garantir a compra de 50 milhões de doses ao Consórcio de governadores do Nordeste. O processo segue em análise. “Seguimos trabalhando para assegurar o acesso a outros imunizantes. Vacinas salvam vidas e é essa a nossa prioridade”, observa o petista.

Ele ressalta que cerca de 15o mil pessoas foram imunizadas no estado, número ainda baixo para garantir a proteção da população. “Peço que continuem adotando os cuidados necessários. Usem máscaras sempre e evitem aglomerações”, alertou, pelo Twitter.

Da Redação, com agências

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