Temer é patrocinador de golpe contra Dilma, diz Jaques Wagner

Ministro Jaques Wagner defende que impeachment não é remédio para insatisfações com o governo e que é preciso preservar a legitimidade dos votos

Na avaliação do ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Jaques Wagner, existe grande rejeição a um eventual governo do vice-presidente Michel Temer porque seu nome está associado à tentativa de golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.

“Para o vice Michel Temer, é claro que ficou a marca de uma espécie de patrocinador do golpe porque a rua diz que ele tem mais rejeição do que a própria presidenta Dilma e é importante a gente registrar que isso sem ter exercido um dia de governo”, afirmou o ministro nesta segunda-feira (11), ao participar do programa Brasilianas, da “TV Brasil”.

Wagner fazia referência a um levantamento do Datafolha feito nos dias 7 e 8 de abril, em que 60% dos entrevistados querem a renúncia de Temer e 58% acham que o vice deve sofrer impeachment.

Jaques Wagner participa de programa na TV Brasil (Foto: Agência Brasil)

Jaques Wagner participa de programa na TV Brasil (Foto: Agência Brasil)

“As pessoas despertaram que esse golpe, pior do que o outro que era assumido (golpe militar em 1964), esse é um golpe dissimulado. Tenta botar na cadeira da Presidência da República alguém que não teve votos para isso, portanto, é golpe na medida em que não há crime de responsabilidade (de Dilma)”, disse.

Também nesta segunda-feira, foi divulgado pela “Folha de S.Paulo” um áudio de 15 minutos do vice-presidente, um ensaio do discurso que seria feito por Temer, caso o impeachment fosse aprovado pela Câmara. Ele se apresenta como “substituto constitucional” da presidenta. Seria um “pronunciamento à nação”: “agora, quando a Câmara dos Deputados decide por uma votação significativa declarar autorização para a instauração de processo de impedimento contra a senhora presidente”.  Ao jornal, a assessoria do vice confirmou a veracidade do áudio.

Wagner afirmou também que impeachment não é remédio para momentos de insatisfação com o governo. “O que está se querendo fazer aqui é um artifício, uma estrada vicinal extremamente perigosa, que fragiliza a democracia brasileira e, o pior, não resolve nada”, argumentou.

De acordo com o ministro, o próprio exercício de poder gera desgaste. “A presidenta está com mais de cinco anos de exercício de poder e, portanto, tem esse desgaste. Ele [Temer], simplesmente pela operação que ele fez agora recentemente, ganhou um desgaste muito grande. Portanto, a rua não está chamando pelo vice-presidente”, acrescentou Wagner. Para ele, “o movimento pela legalidade no Brasil, que é muito mais amplo do que o PT e do que o próprio governo da presidenta Dilma,” tem aumentado nas últimas semanas.

Jaques Wagner afirmou ainda que é preciso preservar a legitimidade dos 54 milhões de votos recebidos por Dilma e, por isto, estão trabalhando para barrar o golpe.

A vice-presidência da República não vai se manifestar sobre as declarações de Wagner, segundo a “Agência Brasil”.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da “Agência Brasil”

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